quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O beco sem saída do capitalismo


Na zona do Euro, os índices do desemprego já somam 11,2%. Quatro milhões e meio de empregos estão em risco. O desemprego vai continuar elevado até finais de 2013. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), estima que na região a taxa mantenha a tendência em alta e atinja o valor recorde de 12% no próximo ano. 
  
Somente na Espanha, cinco milhões e 700 mil trabalhadores estão sem emprego. Cerca de dez milhões e meio de espanhóis têm entre 18 e 35 anos. O maior desejo, de muitos deles, é encontrar um trabalho, nem que seja precário e mal pago.
  
O desemprego na Itália atingiu 10,8% em junho, contra 10,6% em maio. O índice é o mais elevado desde o início da série estatística mensal, iniciada em 2004. O desemprego na Itália superou o nível simbólico de 10% pelo quarto mês consecutivo. Na França os índices são desses “simbólicos” 10%.
   
Enquanto isso, a taxa de desemprego na Alemanha, que estava em queda há alguns meses, subiu de 6,6% em junho para 6,8% em julho, anunciou a Agência Federal para o Emprego. Por outro lado, o desemprego atinge níveis históricos na Grécia. Em abril, segundo o Instituto Helênico de Estatísticas, a taxa atingiu o valor de 22,5 por cento.Segundo a mesma OCDE em Portugal, as taxas de desempregados atingirão 16%.
A Iveco, filial da Fiat para os pesados, vai fechar cinco fábricas na Europa até ao fim deste ano. 
  
E nos Estados Unidos? Segundo o Departamento do Trabalho, a taxa de desemprego subiu para os 8,2 por cento. Há um ano a taxa estava em queda e, em abril, a sede do império capitalista havia registrado 8,1 por cento. Esta subida do desemprego é mais uma prova de que a retomada da economia estaunidense é frágil, afetada pela crise na Europa e a desaceleração chinesa. 
  
A cinco meses das eleições presidenciais, o mercado do trabalho dá claros sinais de fraqueza. No mês passado, foram criados apenas 69 mil novos postos de trabalho, metade do previsto pelos analistas.
Esta semana foi também revista em baixa a estimativa de crescimento do PIB para 1,9% no primeiro trimestre, o índice industrial regressou em maio a quedas e o consumo, motor da economia, subiu em abril modestos 0,3 por cento.
  
A burguesia tratou esta crise em seu nascedouro como uma “crisezinha” boba, uma “simples bolha” no mercado imobiliário estadunidense, segundo palavras divulgadas à época... Mas é evidente que ela é uma doença incurável. Pela simples razão de o capitalismo haver depredado o planeta, desfazendo seu equilíbrio natural e esgotanndo os seus bens, a ponto de ele não conseguir mais repor aquilo que foi saqueado. Marx previu há um século e meio atrás a tendência do capital caminhar em direção à destruição das principais fontes de sua própria riqueza: a natureza e o trabalho, cavando o seu próprio fim. E é o que está acontecendo.
  
Isso tudo demonstra a falta de saídas para o capitalismo.

4 comentários:

Joelma disse...

Fantástica esta sua análise. principalmente a conclusão final!

Nun'Alvares disse...

Achei fixe o final (como disse a Joelma).
Acho mesmo que os brasileiros são exímios em poder de síntese, enquanto nós portugueses, somos prolíficos ao extremo!

Castelar disse...

Li hoje que 2012 será o fim de um mundo, e não o fim do mundo.

E o mundo que se vai é este mundo capitalista, devastador, selvagem na acepção da palavra.

Torçamos para que pelo menos se inicie de fato um movimento em todo o mundo, como já ocorre com o "Occupy Wall Street" e outros.

Será que os Maias tem razão?

Anônimo disse...

Acho até que parece gozação mas isto é fato: A burguesia tratou esta crise em seu nascedouro como uma “crisezinha” boba, uma “simples bolha” no mercado imobiliário estadunidense, segundo palavras divulgadas à época".
As pessoas se esquecem, mas era isso mesmo o dito e repetido pela grande midia.
L.P.