quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A paz é impossível com o “nazi sionismo” no poder!


A situação no Oriente Médio é de fato muito grave. Israel, com o apoio declarado de Barack Obama, veta as possibilidades dos palestinos se estabelecerem de forma independente na terra que pertence a eles. Por outro lado é difícil criticar de alguma forma o povo hebraico, pois desde a 2ª Grande Guerra eles se apegam ao papel de vítimas do anti semitismo naquele período, generalizando qualquer tipo de oposição a seus pensamentos e ações. Acontece que o anti sionismo não tem nada a ver com anti semitismo. É preciso que isto fique claro. A leitura de “The Hidden History of Zionism”, de Ralph Schoenman (1) pode abrir conhecimentos sobre a questão. Ex secretário particular de Bertrand Russel, além de que o fato de ser judeu, o deixa acima de qualquer suspeita.
No texto abaixo transcrevo a entrevista que Stylianos Tsirakis, realizou com Schoenman para a revista Teoria & Debate (Brasil), em 1989, e que ajuda a compreender melhor o Estado de Israel e toda a verdade da aliança entre o sionismo e o nazismo. Posso adiantar que a entrevista, apesar de seus mais de 20 anos, permanece atual até os dias de hoje.

Stylianos Tsirakis (ST)Em “The Hidden History of Zionism” (A História Oculta do Sionismo), você descreve quatro mitos sobre a história do sionismo. Gostaríamos que explicasse um pouco seu livro.
Ralph Schoenman (RS) – O meu trabalho na Fundação Bertrand Russell foi importante por me ter dado a possibilidade de documentar fatos sobre a formação do Estado sionista de Israel. Em cursos e palestras que proferi em mais de uma centena de universidades americanas e europeias, pude constatar que as pessoas não sabiam, não tinham conhecimento da história do movimento sionista, dos seus objectivos e de outros fatos. Nessas ocasiões deparei com concepções equivocadas sobre a natureza do Estado de Israel e foi isso que impulsionou o meu trabalho de escrever o livro, "The Hidden History of Zionism", no qual abordo o que chamo de os quatro mitos que têm moldado a consciência nos Estados Unidos e na Europa sobre o sionismo e o Estado de Israel.
ST – Quais são esses quatro mitos?
RS – O primeiro mito é o da “terra sem povo para um povo sem terra”. Os primeiros teóricos sionistas, como Theodor Herzl e outros, apresentaram ao mundo a Palestina como uma terra vazia, visitada ocasionalmente por beduínos nômades; simplesmente, uma terra vazia, esperando para ser tomada, ocupada. E os judeus eram um povo sem terra, que se originaram historicamente na Palestina; portanto, os judeus deveriam ocupar essa terra. Desde o começo, os primeiros núcleos de colonos, promovidos pelo movimento sionista, foram caracterizados pela remoção, pela expulsão armada da população palestina nativa do local onde essa população vivia e trabalhava.
ST – Quais os outros três mitos?
RS – O segundo mito que o livro pretende discutir é o mito da democracia israelense. A propaganda sionista, desde o início da formação do Estado de Israel, tem insistido em caracterizar Israel como um Estado democrático ao estilo ocidental, cercado por países árabes feudais, atrasados e autoritários. Apresentam então Israel como um bastião dos direitos democráticos no Oriente Médio. Nada poderia estar mais longe da verdade.
Entre a divisão da Palestina e a formação do Estado de Israel, num período de seis meses, brigadas armadas israelitas ocuparam 75% da terra palestina e expulsaram mais de 800 mil palestinos, de um total de 950 mil. E o fizeram através de sucessivos massacres. Várias cidades foram arrasadas, forçando assim a população palestina a refugiar-se nos países vizinhos, em campos de concentração e de refugiados. Naquele tempo, no período da formação do Estado de Israel, havia 475 cidades e vilas palestinas, que caíram sob o controle israelense. Dessas, 385 foram simplesmente arrasadas, deixadas em escombros, no chão, apagadas do mapa. Nas 90 remanescentes, os judeus confiscaram toda a terra, sem qualquer tipo de indenizarão. Hoje, o Estado de Israel e seus organismos governamentais, tais como o da Organização da Terra, controlam cerca de 95% da terra palestina.
De acordo com a legislação existente em Israel, é necessário provar, por critérios religiosos ortodoxos judeus, a ascendência judaica por linhagem materna até a quarta geração, para poder possuir, trabalhar ou mesmo sublocar terra. Como eu digo sempre, nas palestras em que apresento meus pontos de vista, em qualquer país do mundo (seja Brasil, EUA, onde for), se fosse necessário preencher requisitos parecidos com esses, ninguém duvidaria do caráter racista de tal Estado; seria notória a existência de um regime fascista.
A Suprema Corte em Israel tem ratificado que Israel é o Estado do povo judeu e que, para participar da vida política israelense, organizar um partido político, por exemplo, ou ter uma organização política, ou mesmo um clube público, é necessário afirmar que se aceita o caráter exclusivamente judeu do Estado de Israel. É um Estado colonial racista, no qual os direitos são limitados à população colonizadora, na base de critérios raciais.
O terceiro mito do qual falo em meu livro é aquele criado para justificativa da política de Israel, que se diz baseada em critérios de segurança nacional. A verdade é que Israel é a quarta potência militar do mundo. Desde 1948, os EUA deram a Israel US$ 92 bilhões em ajuda direta. A magnitude dessa soma pode ser avaliada quando observamos que a população israelense variou entre 2 a 3 milhões nesse período. Se o governo americano (sic) dá algum dinheiro para países como Taiwan, Brasil, Argentina, e a aplicação desse dinheiro tiver alguma relação com fins militares, a condição é que as compras desse material têm que ser feitas aos EUA. Mas há uma exceção: as compras de material bélico podem ser feitas também de Israel. Israel é tratado pelos EUA como parte de seu território, em todos os assuntos comerciais.
O que motivaria uma potência imperialista a subsidiar tanto um Estado colonial? A verdade é que Israel não pode mesmo existir sem a ajuda americana (sic), sem os US$ 10 bilhões anuais. Israel é, portanto, a extensão do imperialismo na região do Oriente Médio. Israel é o instrumento através do qual a revolução árabe é mantida sob controle. É, portanto, o instrumento através do qual as ricas reservas do Oriente Médio são mantidas sob o controle do imperialismo americano (sic). É também um meio através do qual os regimes sanguinários dos países árabes são mantidos no governo, graças ao clima de tensão gerado por uma possível invasão israelense.
O quarto mito a que me refiro no livro, que tem influenciado a opinião pública mundial, refere-se à origem do sionismo, à origem do Estado de Israel. O sionismo tem sido apresentado como o legado moral do holocausto, das vítimas dele. O movimento sionista tem como que se “alimentado” da mortandade colectiva dos 6 milhões de vítimas da exterminação nazista na Europa. Esta é uma terrível e selvagem ironia. A verdade é bem o oposto disso. A liderança sionista colaborou com os piores perseguidores dos judeus durante o século XIX e o século XX, incluindo os nazistas.
Quando alguém tenta explicar isso para as pessoas, elas geralmente ficam chocadas, e perguntam: o que poderia motivar tal colaboração? Os judeus foram perseguidos e oprimidos por séculos na Europa e, como todo povo oprimido, foram empurrados, impelidos a desafiar o establishment, o status quo. Os judeus eram críticos, eram dissidentes. Eles foram impelidos a questionar a ordem que os perseguia. Então, o melhor das mentes da inteligência judia foi impelido para movimentos que lutavam por mudanças sociais, ameaçando os governos estabelecidos. Os sionistas exploraram esse fato a ponto de dizer para vários governos reacionários que o movimento sionista iria ajudá-los a remover esses judeus de seus países. O movimento sionista fez o mesmo apelo ao Kaiser na Alemanha, obtendo dele dinheiro e armas. Eles se reivindicavam como a melhor garantia dos interesses imperialistas no Oriente Médio, inclusive para os fascistas e os nazistas.
ST – Como se deu essa colaboração dos sionistas com os nazistas?
RS – Em 1941, o partido político de Itzhak Shamir (conhecido hoje como Likud) concluiu um pacto militar com o 3º Reich alemão. O acordo consistia em lutar ao lado dos nazistas e fundar um Estado autoritário colonial, sob a direcção do 3º Reich. Outro aspecto da colaboração entre os sionistas e governos e Estados perseguidores dos judeus é o fato de o movimento sionista ter lutado activamente para mudar as leis de imigração nos EUA, na Inglaterra e em outros países, tornando mais difícil a emigração de judeus perseguidos na Europa para esses países. Os sionistas sabiam que, podendo, os judeus perseguidos na Europa tentariam emigrar para os EUA, para a Grã Bretanha, para o Canadá. Eles não eram sionistas, não tinham interesse em emigrar para uma terra remota como a Palestina. Em 1944, o movimento sionista refez um novo acordo com Adolf Eichmann. David Ben Gurion, do movimento sionista, mandou um enviado, de nome Rudolph Kastner, para se encontrar com Eichmann na Hungria e concluir um acordo pelo qual os sionistas concordaram em manter silêncio sobre os planos de exterminação de 800 mil judeus húngaros e mesmo evitar resistências, em troca de ter 600 líderes sionistas libertados do controle nazista e enviados para a Palestina. Portanto, o mito de que o sionismo e o Estado de Israel são o legado moral do holocausto tem um particular aspecto irónico, porque o que o movimento sionista fez quando os judeus na Europa tinham a sua existência ameaçada foi fazer acordos, e colaborar com o nacional socialismo.

1. Mais informações sobre o autor em http://en.wikipedia.org/wiki/Ralph_Schoenman  

domingo, 25 de setembro de 2011

Pensatas de domingo, poética da insignificância, umbigos, bushadas, caos in Rio, etc...


Para começar: 10% do PIB para a EDUCAÇÂO JÁ!

Absurdo o projeto da prefeitura do Rio de Janeiro ao optar nas ligações Barra/Zona Oeste, Barra/Penha e Barra/Deodoro pelos BRTs (Bus Rapid Transit) e não pelo conhecido e propagado VLT (Veículo Leve sobre Trilho), largamente empregado na Europa, e que evita a poluição causada pelos motores dos ônibus. A razão, obviamente é a mesma que retardou durante décadas as obras em nosso sistema metroviário – hoje temos pouco mais de 40 quilômetros--, a ação criminosa do cartel dos proprietários de empresas de transportes rodoviários. Uma verdadeira máfia!

A propósito, saiu esta semana uma matéria no seminário português “Expresso” alertando que um relatório da ONU sobre o meio ambiente está prevendo que a continuidade em gerar energia com combustíveis fósseis, em 2020 –quer dizer, daqui a apenas nove anos--, as condições para a sobrevivência de vida no planeta já “vão estar extremamente críticas” (sic).

A imprensa brasileira andou “caindo de pau” na aposentadoria de La Cicciolina (lembra?) como parlamentar. Ora, na Itália são três mil euros. E aqui, com quanto se aposenta um ex deputado? O melhor é olhamos para o próprio umbigo. Ou no caso específico seria mais indicado para o próprio peito...

Li no Terra Magazine, mais precisamente na coluna do Professor André Setaro (publicadas todas as terças naquele portal) uma matéria sobre os filmes de “expressão televisiva” --muito longe da cinematográfica--, em que André se refere ao termo lançado pelo crítico Inácio Araújo que os batizou de “poética da insignificância”. Esta designação é ótima, especialmente para os produzidos pela Globo Filmes. No meu caso agravada pelo fato de quando vejo no elenco qualquer nome de artista “global” nem sequer penso em passar pela calçada do cinema. Pode ser radical, mas se justifica tal a minha aversão e alergia ao esquemão da emissora, incluindo novelas e coisas do gênero!

Negócio de programa cômico é que, por melhor que seja acaba enchendo o saco. Não estou falando de “Zorra Total” ou “Praça da Alegria”, que sempre foram inassistíveis. Mas, por exemplo o “Pânico na TV” começou bem e hoje em dia está insuportável. O “CQC” tambem já vem se tornando bastante repetitivo. É o tal caso: rir do mesmo que se riu na semana passada, a mesma piada, a mesma fórmula. Enjoa! Chegou a vez da novidade: Danilo Gentili com seu talkshow “Agora é tarde”. Por enquanto ainda dá para assistir. Mas, até quando?

Em pleno auge do movimento para criação do Estado Palestino, Mr. Obama, o “negro de alma branca”, aquele picareta que atualmente preside os EUA, “pra variar” escorregou na maionese e tirou a máscara (coisa que ele cinicamente prefere não expor tão claramente) rejeitando os planos palestinos e dizendo que "não há atalhos para a paz no Oriente Médio". Ao encontrar-se com Mahmoud Abbas afirmou que Washington vai vetar (1) o pedido palestino no Conselho de Segurança da ONU deixando claro que a amizade entre os EUA e Israel é "profunda" e que seu país jamais deixará de trabalhar para garantir a segurança do Estado hebreu. Obama reiterou a Abbas seu apoio (rs) ao estabelecimento de um Estado palestino, mas que "deve surgir de conversas diretas com Israel e não através de iniciativas unilaterais nas Nações Unidas". Em outras palavras: “fodam-se e virem-se, palestinos”... Bushadas de Obama!
Até ontem à noite o impasse continuava. Israel declarou através de seu primeiro ministro Benjamín Netanyahu que pretende (vejam bem pretende) renegociar com a Palestina com base em algumas exigências e condições. Provavelmente de não manter as fronteiras de antes de 1967, etc. Enquanto Obama mantem a promessa do veto.
Complementando, para o primeiro ministro de Israel, a ONU é uma “casa de mentiras”. Só se esqueceu de acrescentar que a maior parte delas beneficia o Estado sionista sob seu comando.
E mais: Médicos denunciaram que Israel testa suas novas armas na população palestina da Faixa de Gaza, provocando mutilações, queimaduras e ferimentos (2).

Enquanto isso em Moscou, Putin anunciou sua candidatura para presidente em 2012. Publiquei certa feita que ele como primeiro ministro seria a “eminência parda” do atual governo. E é! Que tentaria outra presidência, e o comparei a Ivan o Terrível.
É, parece ser uma “sina” na Rússia a existência de grão czares. Stalin que o diga!

O Rock in Rio transformou-se em Caos in Rio. E a Barra da Tijuca num verdadeiro Inferno in Rio. Por que? Ora vejam: para se chegar ao local, só de ônibus especial (30 mangos por cabeça). Ou de helicóptero (uma viagem para cinco passageiros por nove mil). Ou pegar outros ônibus, parar no lugar permitido e andar quase dois quilômetros. Carros particulares e táxis são proibidos de ir até o local, até porque as ruas no entorno estão fechadas Não se pode levar nada. Para comer ou beber qualquer “coisinha”, só comprando lá. Tudo com preços pelos olhos da cara. Uma capa de chuva descartável custa 20 reais. E o mais surpreendente, ainda tem muita gente que vai. Só na primeira noite foram mais de 100 mil pessoas!
Ali, Claudia Leitte (agora é com dois “tês” mesmo) se apresentou como “roqueira”. Será que cantou em inglês, como no concurso de miss universo em Sampa? Creio que ficaria mais adequado se ela tirasse o Leitte e colocasse logo Milkk (assim com dois “cás” mesmo). Pelo que parece a “baiana” de São Gonçalo (RJ) ambiciona mesmo um voo internacional!

E a velocidade da luz? Com os neurinos, e, embora ainda faltem comprovações, especula-se não ser mais a mais rápida do Universo!

Para terminar: 10% do PIB para a EDUCAÇÂO JÁ!

1. Basta o veto de um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, França, Grã Bretanha e China) do Conselho de Segurança da ONU para derrubar qualquer proposta.
2. Fonte “Brasil de Fato”:
Vale a leitura porque tem muita informação sobre “o ovo da serpente” (versão século 21).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ainda sobre “11 de setembro”, o filme


Seguem abaixo outros links para se assistir todos os episódios de 11'09''01 - Sept. 11, longa metragem composto de onze curtas sobre o(s) 11 de setembro.
Se tiver interesse, clique neles e assista o que realizaram onze diretores de cinema ao redor do mundo sobre o acontecimento: Yossef Chahine (Egito), Amos Gitai (Israel), Alejandro González Iñarritu (México), Shônei Imamura (Japão), Claude Lelouch (França), Ken Loach (Grã Bretanha) – já postado por mim no domingo--, Samira Makhmalbaf (Irã), Mira Nair (Índia), Idrissa Ouedraogo (Burkina Faso), Sean Penn (EUA) e Danis Tanovic ) Boznia Herzegovina, não exibidos nesta ordem. E atenção, porque alguns começam num link e terminam no seguinte.
Cada um dos episódios tem uma visão pessoal e a mais variada de cada um dos diretores.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Líbia. Mais alguns lances no complexo tabuleiro

Um porta voz de Kadafi disse nesta segunda feira que suas forças capturaram 17 combatentes a serviço do novo governo, incluindo cidadãos da França e Grã-Bretanha. Já o porta voz do CNT negou a notícia.
Apesar da OTAN dizer que não mantem tropas terrestres na Líbia, governos ocidentais sabidamente mobilizaram tropas terrestres por lá em passado “mais ou menos” recente, e a imprensa tem noticiado que empresas privadas de segurança (do tipo Blackwater) têm prestado serviços às forças do CNT.
Quase um mês depois da “deposição” de Kadafi, a notícia sobre a suposta prisão de mercenários gera confusão sobre a situação na Líbia. Depois de anunciar repetidamente que estavam na iminência de capturar Bani Walid e Sirte (1), as forças do movimento anti Kadafi enfrentam uma resistência mais feroz do que o previsto, perderam muita gente e precisaram recuar em ambas as localidades.

E o jogo continua... Pelo jeito, devido à gigantesca intervenção da OTAN, perto de um xeque mate... Será?

1. Nesta região, principal ponto de resistência das tropas de Kadafi, estão 80% dos poços de petróleo na Líbia, na verdade motivo principal da grande ambição do império em ter aquele país de volta a seu controle absoluto.

domingo, 18 de setembro de 2011

Pensatas de domingo, padres tarados, “show” em Nova Iorque e outros babados mais


Uma associação estadunidense de vítimas de padres pedófilos anunciou na última terça-feira (13 de setembro) ter apresentado uma queixa ante o TPI (Tribunal Penal Internacional) contra o papa Bento 16 e outros dirigentes da Igreja católica acusando-os de crimes contra a humanidade. Os dirigentes da associação “Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres”, orientados pelos advogados da ONG "Centro para Direitos Constitucionais", entraram com uma ação para que o papa seja julgado por "responsabilidade direta e superior por crimes contra a humanidade por estupro e outras violências sexuais cometidas em todo o mundo".

No vídeo publicado na 2ª feira neste blogue ficou evidente que a invasão pelos Estados Unidos e o próprio atentado às Torres Gêmeas fizeram parte de uma ação premeditada contra o Afeganistão, no qual após a tomada do poder pelos Talebans viu reduzida sua produção de ópio para o mundo, caindo de 3.000 toneladas/ano (80% do total mundial) para inexpressivos 185 por ano. Hoje, aquele país já retomou a liderança (agora 90%) na plantação de matéria prima para a fabricação da droga, e isto, apesar de não estar totalmente ocupado pelas tropas invasoras do ocidente, representantes do capital internacional que hoje usa o tráfico de drogas como uma de suas fontes mais lucrativas.

Às vezes assisto o Jornal Nacional somente para me inteirar melhor do que a direita está pensando. Depois vou ao banheiro vomitar!

Segundo dados divulgados esta semana, o escritório responsável pelo censo nos Estados Unidos revelaram que o número de estadunidenses vivendo na pobreza chegou a 46,2 milhões no ano passado, o número mais alto desde que os dados começaram a ser coletados em 1959. A taxa de pobreza no país aumentou de 14,3% em 2009 para 15,1% no ano passado. Os dados refletem a lenta recuperação da economia dos EUA após a crise mundial, em um momento em que aumentam os temores de que o país mergulhe em uma nova recessão.

A grande mídia internacional tratou o décimo aniversário do 11 de setembro como um grande show, ou um filme catástrofe, reprisando os momentos mais “espetaculosos” do acontecimento com grande estardalhaço e uma repetição abusiva. E terminaram o “espetáculo” com luzes recompondo os edifícios (ver foto acima). Em suma, “the show must go on”...
E por falar em show, até em parâmetro quase oposto na mídia alternativa, mas de qualquer forma, noto a cada dia que passa o quanto vídeo e escrita estão cada vez mais próximos na web. Somente como exemplo, das últimas cinco postagens publicadas neste blogue, quatro delas tinham algum filmete.

Excelente a nova coleção lançada pela Folha sobre o cinema europeu. O último que saiu aqui no Rio o excepcional “Asas do desejo” (Der himmel ünder Berlim – 1987) de Wim Wenders. Uma boa oportunidade de se assistir filmes europeus a baixo custo.
Enquanto isso, caramba, na TV, seja a cabo, seja a aberta há uma inundação de enlatados estadunidenses. E o pior, não são nada bons, mas a massificação de “probleminhas mediocrizinhos” do dia a dia da alienada pequena burguesia dos Estados Unidos, principalmente em séries idiotizadas. Isto é mesmo colonização cultural e lavagem cerebral, a mais clara, aberta... E débil mental!

Na semana que acabou, postei o dueto Amy Winehouse/Tony Bennett interpretando “Bod and soul” (1930, letra de Edward Heyman, Robert Sour e Frank Eyton, música de Johnny Green) imortalizada por nada menos que Billie Holliday, Ella Fitzgerald e Frank Sinatra.
Nesta, que teria sido sua última aparição, Amy se iguala às grandes damas do jazz (sério) na grandeza de sua voz que vem de dentro, sentida no estômago, na sua fácil e temperada “segunda voz”, nos seus charme e carisma.
Mas tem uma música, “Tears dry on their own” (1) em português "Lágrimas secam por si só" em que fica evidente o porquê dela ter-se diferenciado tanto entre as intérpretes modernas, pois numa letra em que fala do abandono de seu amado, Winehouse, cuja “persona” na maquiagem e penteado foi uma proposital caricatura dos tempos em que vivemos, mostra ao vagar perdida em ruas de uma Londres nua e crua, repleta de prostitutas e travestis, mulheres gordíssimas, gente grossa que se “tromba” e nem está aí pra isto, um sujeito portando um cartaz em que se inscreve “o fim é agora”, um outro, bebum a apalpar mulheres, violência policial, num bairro que não conheci porque quando fui àquela cidade, claro, como turista, jamais me levariam a um local, que esteticamente, --de forma particular em algumas das tomadas-- mais parece um subúrbio de qualquer cidade do 3º mundo.
Crítica... A mais irreverente crítica social à “fauna humana”.


Tudo isso de pesquisar o trabalho da Amy provocou uma febre de me atualizar quanto à música neste mundo pós moderno em que vivemos. Incrível, mas a gente começa a notar que está envelhecendo quando o mundo fora de nossas paredes começa a ficar distante. E, gentem, fiquem certos que Madonna já é uma coroa!
O fato é que passei a me aprofundar no trabalho de “BeyoncésRihanasLadyGagas” e congêneres da vida. E mesmo que não preze, acho que devo estudar pelo menos um pouco de cada uma delas. Afinal, Amy surgiu assim e gostei. Mas posso garantir que as demais, algumas belíssimas espécies de mulher, não têm o mesmo conteúdo.

Enquanto isso em Brasília, mais uma vez Sarney mostrou a sua força ao indicar o maranhense Gastão Vieira como o novo Ministro do Turismo. Será o Brasil um grande Maranhão?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mais do que apenas um livro...

A capa com ilustração de Norma de Athayde Couto
Acabei de ler “Memorial da ilha e outras ficções” do Professor Jorge Moreira (1). Além do romance que flui em leitura fácil e gostosa nas suas 127 páginas, existem outros contos e narrativas, alguns deles em espanhol, posto que o Professor, como eu, baiano de nascimento, entretanto morou no México por alguns anos, onde, aliás, pós graduou-se. Mas não o conheci na Bahia, e sim na internet, por intermédio de meu primo André Setaro, também Professor (na UFBa) que considero uma das maiores autoridades em cinema deste país.
Antes de tudo, devo dizer aqui que não sou --nem nunca me propus a ser-- um crítico literário. Longe de mim tal pretensão... No entanto fui impelido a comentar aqui este livro, motivado pelo entusiasmo ao lê-lo.
Vamos começar pelo romance “Memorial da Ilha” e as aventuras de Bromeu em suas férias na Ilha de Itaparica, sua família, seus amigos, suas memórias marcantes de observar o mundo e o viver a vida. Trata-se de um ato realmente saboroso acompanhar o desenrolar das descobertas e experiências de um jovem a despertar para a existência, sua ingenuidade, seu aprender e amadurecer no dia a dia... Na curiosidade do adolescente sedento de conquistas, o vislumbrar de novas etapas em sua vida. Qual de nós não passou por isto?
Sem nunca perder de vista a abordagem social, Jorge Moreira nos remete a esta fase áurea da vida nesta “ficção não tão fictícia” quanto um verdadeiro memorial dos “tempos que não voltam mais”, como se diz no “popular”. Tempos que nossas memórias não apagam, pois aconteceram com cada um de nós, senão em Itaparica, em alguma praia de Cabo Frio, Guarapari ou Pajuçara. Porque um humanista --como o autor-- capta a sensibilidade de momentos que representam os sentimentos e seus reflexos naquele determinado instante, seja ele qual for. Das recordações de um forte sol causticante no verão dos trópicos em inocentes brincadeiras nas águas da praia às de uma suave brisa noturna, vinda magicamente deslocada do mar sereno ajudando a contemplar a beleza suave de seu súbito amor juvenil pela garota mais bonita da turma, mais bonita ainda iluminada pela sutileza do luar. Ou ainda um joguinho de futebol, uma simples pelada, que na Bahia chamamos de “bába”. Coisas singelas, aparentemente banais, mas que representam ar no ar, vida na vida. Pura poesia do viver! “Porreta”!
Leiam abaixo o que um pequeno trecho nos trás à luz, podendo revelar um pouco do seu estilo e da sua narrativa simples e sem rodeios. E digo isto porque acredito mesmo que em se tratando de comunicação “toda ideia simples beira a genialidade ”. E, obviamente, a literatura não foge desta máxima...

"(...) No largo, de frente pra cidade, forma-se uma nova serenata. Sentados, jovens olham pra lua que cai no mar. São veranistas. Alguns estão abraçados e apaixonados. Todos fazem uma roda em torno dos irmãos Gordinho e Louro. Os dois tocam violão e cantam afinados. São veranistas do Jabiru. Gordinho, o mais jovem é moreno e suave; Louro é branco e rústico. Bromeu vê Arthur e Jaime sentados ao lado dos violonistas. Bromeu se aproxima timidamente e cumprimenta os dois amigos. Arthur diz:
– Bromeu, senta aqui do nosso lado.
Feliz, Bromeu se senta ao lado de Bárbara perto das veranistas.
Enquanto Gordinho toca acordes dissonantes, as moças e os rapazes cantam “Eu sou feliz tendo você sempre ao meu lado...”; depois prosseguem com “Chega de Saudade, a realidade é que sem ela não pode ser...”; Emendam com “O barquinho vai...”; “Era uma vez um lobo mal...”; “... Eu sou mais você e eu”. Cantam samba-canções de Silvinha Telles, bossas novas de Tom Jobim, Roberto Menescal, Carlinhos Lira; cantam com a batida do violão e o estilo de cantar de João Gilberto.
Bromeu está embevecido escutando a música e a batida do violão. Também está fascinado com as jovens veranistas. O menino observa aquelas moças de perto. São bonitas, elegantes, cabelos soltos arrumados, roupas novas, pele bronzeada, queimada do sol! Ai quem lhe dera ter uma dessas veranistas como namorada!
Pouco depois, chega Alexandra acompanhada da irmã menor e de dois veranistas. O coração de Bromeu dispara como um tamborim, mas ele se controla. Sabe que Paulinho Baratas e Sandro Babosa, os veranistas que a acompanham, estão competindo ferozmente para conseguir ser escolhido como namorado de Alexandra.
Quando eles se sentam atrás da roda principal, escuta-se uma voz na escuridão:
– Alguém, que acaba de chegar, pisou em bosta de cachorro.
Está empestando a serenata. Babosa se levanta e acende a lanterna de pilha. Tira o tamanco do pé e começa a inspecioná-lo.
Com um gesto brusco se queixa:
– Merda, é meu tamanco! Diz ele.
Chateado, caminha para praia para lavar a sola do tamanco. Quando se retira, Paulinho, contente, começa a rir do papel ridículo que o rival protagonizou em frente de todos. A platéia não teve remédio que rir da chanchada.
Gordinho pára de tocar. Passa o violão ao irmão mais velho. Louro prefere tocar músicas românticas internacionais. Começa tocando e cantando a melodramática “Et maintenant, que vaisje faire? De tout ce temps que sera ma vie” de Gilbert Becaud; emendando com “When somebody loves you, It’s no good unless he loves you all the way” o sucesso de Frank Sinatra.
É tarde. Um casal de namorados levanta, sussurra boa noite e abandona a roda. Logo, outros fazem o mesmo. Bromeu se dá conta de que é hora de voltar pra casa..."

Como a pequena pinçada acima, a obra está repleta de outros momentos inesquecíveis, daí, eu considerar uma sorte o fato de ter-me caído às mãos um livro como este, porque ele não acaba aí. Na verdade, ao terminar o romance, apenas chegamos à segunda parte intitulada “Outras ficções”, com contos e relatos que se dividem em narrativas sobre os anos da ditadura, composto de “Perigoso Marginal Armado” (2), e “A cruzfixação”, além de alguns, escritos em espanhol, como sempre de um grande significado pessoal e social, “Orden del padre: la hermandad de los cangrejos”, “La muerte y el farolito”, “El regalo”, “Un sueño”. E um brilhante jogo de palavras na poesia “Alfabetunar”.
Jorge Moreira viveu aqueles anos de chumbo, os quais uma grande parte de nossa geração sofreu na carne e no mais íntimo do âmago... Traduziu-os em “A cruzfixação” que é algo quase inexplicável pela sua força de expressão e todo o realismo “alucinante” de uma época, mas também em “Perigoso marginal armado”, onde podemos encontrar muito do que foi difícil para qualquer “cidadão” aquele período nesta “republiqueta tupiniquim”. Quanto aos contos em espanhol valem muito a leitura. Primeiro por estarem nesta língua tão próxima a nós, e, no meu entender bastante compreensível. Segundo porque complementam a visão humanista, e mais uma vez aqui repito esta denominação, porque o autor é de fato um escritor alinhado ao pensamento que valoriza, antes de qualquer coisa o ser humano inserido no contexto social. Por isto digo no título que este livro é “mais do que apenas um substantivo”. Porque o seu conteúdo é grande nos pequenos detalhes. E representa o posicionamento do seu autor em sua sensibilidade como um todo...
É uma pena que não mais encontremos no Brasil a publicação, que quase se esgotou, quando de seu lançamento na Bahia em 2007. Mas ainda pode ser encontrado na internet (3) e, quem sabe um dia, e apesar de morar fora do país, o Professor Jorge Moreira possa nos presentear com uma nova edição? Aguardemos!

1. Jorge Vital de Brito Moreira graduou-se em Ciências Sociais na UFBa (1971). Fez estudos de pós-graduação em Sociologia na “Universidad Nacional Autonoma de Mexico” (1985) e recebeu o titulo de doutor (Ph.d) em 1996 na “University of Minnesota” (EUA), com uma tese sobre o escritor Antonio Callado.
Nos EUA desde 1986, lecionou na “University of California San Diego (La Joya)”, “University of Minnesota”, “Washinton University”, “Lawrence University”, “University of Wisconsin” e "Fox Valley Technical College".
Tem publicado ensaios (sobre diferentes escritores brasileiros e latinoamericanos) sendo autor colaborador do livro “Notable Twenty Century Latin America Women” (2001).
Em 2007, publicou na Bahia o livro “Memorial da Ilha e Outras Ficcões” (romance e contos).
Atualmente escreve artigos e ensaios para o destacado diário “rebelion.org” de grande circulação na Espanha e América Latina. É tambem colaborador neste blogue.

2. Este conto foi publicado neste blogue. Para lê-lo, clique no link abaixo:

3. O livro (em português) ainda pode ser encontrado na Amazon.com

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma interpretação de corpo e alma



Fui surpreendido no início do dia, ainda meio sonolento, por esta tão falada gravação da dupla Amy Winehouse e Tony Bennet.
A recém falecida inglesa --puro jazz-- e este ítalo americano cuja voz tambem é fora de série. Coisa para despertar... Por isto mesmo aqui vai a reprodução desta pérola da música afro nas Américas.
Daí em diante, um bom dia regado a ritmo para todos os leitores deste blogue!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Uma denúncia reveladora!



Simey Lopes, uma das comentaristas habituais do meu blogue, mandou este link (que republico) ao escrever para mim na postagem imediatamente anterior publicada ainda hoje.

Aproveito para dizer que antes disto ele foi publicado em “Thinks that I think...” http://simeylopes.blogspot.com/

Violência no Rio e pelo mundo afora


Tinha esta postagem pronta para publicar domingo, como minha Pensata, quando fui surpreendido com o vídeo que postei em seu lugar. Em todo caso, ainda é tempo...


Sobe para 316 este ano, e um total de 1762 (1) desde o início da guerra, até o dia 10 de setembro o número de soldados invasores estadunidenses que tombaram no Afeganistão. Pelo jeito, o total de 499 mortos em 2010 tem tudo para ser superado este ano. Sem contar o numero de civis assassinados ali. Sangue, muito sangue derramado! E isto com toda a tecnologia empregada. Tá feia a coisa, né Tio Sam?

A comissária de Interior européia, Cecilia Malmström, afirmou na última sexta-feira que a União Europeia (UE) considera "uma vergonha" que os Estados Unidos ainda não tenham fechado a prisão de Guantánamo, uma das principais promessas do presidente Barack Obama para sua eleição. Aliás, quais das inúmeras promessas Obama cumpriu?

Li ontem uma manchete na Folha: “Web faz AlQaeda virar MacDonalds do terror”. Coisas da sociedade de consumo!

Falar em terrorismo, até já citei aqui um filme holandês, cujo título é “A espiã” (Zwartboek) de 2006, direção de Paul Verhoeven, em que os nazistas se referiam à resistência naquele país ocupado, como “terroristas”. Sugestivo, não?

Semana passada voltou à carga a violência dos traficantes nas favelas do Complexo do Alemão. O fato foi tão claro e ostensivo, pois a população postou nas redes sociais cenas gravadas em celulares. O que logo justificou a cobertura dada pela grande mídia, tendo à frente, claro, a Rede Globo.
Pensava que já havia uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no “Alemão”. Mas parece, só vai ser instalada em março de 2012. No entanto, o que acontece é que na realidade UPPs são uma grande farsa montada pelas classes dominantes, através dos governos estadual e municipal para encobrir o acordo entre eles e o tráfico de drogas, acobertado pelas polícias militar e civil. Sim, porque todos eles participam do rateio disfarçado por este acordo; que na realidade apenas encobre o lado mais agressivo da presença ostensiva e militarizada da ocupação das favelas por traficantes.
O tráfico continua, com uma “cara pacificada” e todos ganham uma parcela nos lucros.
Acontece que quem mais que ganha é o tráfico com maior liberdade de ação, o que sem dúvida deve aumentar bastante o caixa. E justamente, segundo notícias veiculadas em jornais cariocas, no “Alemão”, a polícia avançou em direção aos pontos deste caixa.

Anders Behring Breivik, o atirador que matou 77 pessoas em um acampamento de jovens após um bombardeio em Oslo em 22 de julho, insiste em usar blusas da marca Lacoste em suas idas ao tribunal e o fabricante não está nada satisfeito com isso, pois acha que é uma publicidade negativa da marca. O jornal Telegraph informou que a empresa francesa tem chamado o amor de Breivik pela marca de “pesadelo” e de acordo com jornal norueguês Dagbladet, os seus executivos têm escrito para a polícia de Oslo exigindo que o terrorista seja proibido de usar suas roupas.
Trata-se, na verdade, de um anti merchandising...

Três mortos e mais de mil feridos foi o saldo do protesto na cidade do Cairo em frente à embaixada israelense que foi invadida. Por questões de segurança o embaixador teve que se retirar do local e embarcar para Israel. O povo egípcio exige de suas autoridades o corte de relações com aquele país.

Enquanto isso, o jogo de xadrez continua na Líbia com forte intervenção dos Estados Unidos e seu “eixo” de parceiros europeus. A Interpol (polícia internacional) solicitou nesta sexta-feira a detenção de Muammar Kadafi, seu filho Saif al-Islam e o seu cunhado Abdallah al-Senusi, em resposta ao pedido do Tribunal Penal Internacional, leia-se OTAN... Leia-se também EUA... E todos continuam em silêncio quanto ao extermínio na Síria, país em que mais de 2.000 pessoas já foram massacradas.
****************
Um pequeno adendo a esta Pensata (que já estava pronta): na overdose de matérias sobre o 11/09, claro que o acontecido nos EUA (2), nas imprensas tanto a escrita quanto a televisiva, lá estavam, de mãos dadas, Bush e Obama, farinhas de um mesmo saco.


2. Quanto ao 11/09/73, ocorrido no Chile não foi lembrado pela grande mídia! Com exceção da “Brasil de Fato” e uma notinha de meio de página no UOL.
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/internacional/2011/09/um-chile-em-parafuso-relembra-o-golpe-contra-allende  

domingo, 11 de setembro de 2011

Pensatas de 11 de setembro, o outro... Lembra-se?



Já havia escrito uma Pensata para hoje quando tomei conhecimento deste vídeo, enviado para mim ontem por uma prima querida, e que me fez substituí-lo, tal a sua força e significado.
Assista, e saiba tudo o que penso sobre este dia. Principalmente o outro, por coincidência também numa terça feira... somente que 28 anos antes do acontecido nos Estados Unidos.

sábado, 10 de setembro de 2011

O futebol e a política: José Mourinho e a violência fascista



Este texto é de autoria do Professor Jorge Vital de Brito Moreira, colaborador deste blogue em Wisconsin (EUA).

I

Finalmente pude assistir ao vídeo acima que registrou a cena insólita do futebol internacional: José Mourinho, técnico do “Real Madrí”, enfiou o dedo indicador direito no olho direito de Tito Vilanova, o auxiliar técnico de Pepe Guardiola, o técnico principal do “Barcelona”.
Onde, quando e porque sucedeu esta violenta agressão de José Mourinho contra Tito Vilanova?
Para os que ainda não conhecem os fatos, a agressão mencionada aconteceu no Camp Nou, em Barcelona, no dia 17 de agosto deste, no final do jogo decisivo entre o Barcelona e Real Madrí pela conquista da Supercopa da Espanha 2011.
Neste jogo de futebol, a equipe do Barcelona conquistou a ambicionada Supercopa depois de ganhar a partida contra o Real Madrí pelo placar de 3 x2 .
Mas a vitória do Barcelona provocou o ódio dos jogadores do Real Madrí e a dois minutos do final da partida, Marcelo (o jogador brasileiro), desequilibrado pela dor e pela impotência, fez uma falta violentíssima (uma tesoura “assassina”) contra o jogador Cesc Fabregas do Barcelona.
Esta agressão “criminal” resultou na expulsão de Marcelo do campo, além de provocar a indignação e os protestos dos torcedores e a reação negativa dos jogadores do Barcelona que trataram de revidar a covarde agressão.
Aparentemente, foi a má conduta de Marcelo o fator que gerou o conflito de paixões e a subsequente batalha campal entre jogadores de ambas as equipes.
Digo aparentemente porque desde a derrota do Real Madrí contra o Barcelona no jogo de 29 de novembro de 2010 pelo placar de 5x0, os jogadores do clube madrilenho (sob o comando do técnico português José Mourinho) têm mostrado um constante comportamento condenável: toda vez que perdem o jogo para o Barcelona, eles apelam para a violência contra os jogadores da equipe catalã.
O resumo anterior dos fatos passados, nos proporciona o direito de pensar hipoteticamente que a orientação de José Mourinho aos seus jogadores poderia ser a seguinte: -Toda vez que não possamos ganhar o jogo contra a equipe do Barcelona devemos apelar para a violência para desabafar nossa frustração e amedrontar à equipe rival.
Assim, a hipótese anterior foi validada recentemente no jogo final pela Supercopa da Espanha quando assistimos ao vídeo mostrando a José Mourinho aproveitando a briga entre os jogadores para atacar covardemente o Sr. Tito Vilanova.
Para o azar do treinador do Real Madrí, a câmera de TV registrou o exato momento em que Mourinho caminhou em direção a Tito Vilanova e enfiou o seu dedo indicador da mão direita no olho direito do assistente de Pepe Guardiola.
Depois de ver José Mourinho meter o dedo no olho do Vilanova (inacreditável) as únicas palavras que pude emitir para classificar o abominável comportamento do arrogante treinador foram: Mourinho não passa de um técnico psicopata, violento e covarde.
Mourinho também foi exposto como um indivíduo mentiroso e cínico durante a entrevista que ele deu à imprensa depois de sua conduta criminosa: sem saber que a câmera de TV gravou a sua conduta violenta contra Vilanova, mentiu para os repórteres, dizendo que ele não fez nada agressivo contra ninguém; que ele não sabia quem era "Pito" Vilanova.
Ou seja, Mourinho, numa atitude extremamente desonesta, tratou de enganar os repórteres na frente das câmeras de TV, negando ter conhecimento de alguém com o nome de "Pito" Vilanova, isto é, da pessoa que ele tentou furar o olho minutos antes.
Creio que deveríamos perguntar seriamente se há algo latente no comportamento manifesto de José Mourinho e nas instruções que da à sua equipe; algo por detrás das aparências; algo que não pode ser percebido à primeira vista, mas que pode ser articulado quando começamos a analisar estes violentos (e constantes) eventos sob a perspectiva da história social espanhola, da crise econômica global, e da barbárica repressão que têm usado os estados capitalistas para responder às manifestações de protesto contra o neoliberalismo.

II

A violência sistemática que os jogadores do Real Madrí e seu técnico José Mourinho tem recorrido contra os jogadores e técnicos do Barcelona no campo de futebol (cada vez que é derrotado pela equipe catalã) é preocupante e ameaçadora pois esta violência campal evidencia um forte paralelismo com as formas neofacistas que o Estado Espanhol e Europeu têm utilizado recentemente para reprimir as manifestações de protestos contra o poder do capital financeiro neo liberal que conduziu a nossa sociedade para uma das piores crises capitalistas de todos os tempos.
Para ampliar o tratamento deste urgente problema, devo recorrer rapidamente a historia social de Espanha destacando a estreita relação entre o esporte e a política ou mais especificamente entre o futebol e a ditadura franquista.
No passado, o ditador Francisco Franco aliou o poder do Estado ao da Igreja Católica e utilizou o time do Real Madrid entre outras coisas para submeter e controlar mais eficazmente a população espanhola. Durante longo período, a ditadura de Franco prendeu, torturou e matou centenas de milhares de espanhóis (entre eles o poeta Garcia Lorca) destacando-o como um dos maiores genocidas da historia Européia, junto a Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália.
Foi durante essa época que as tropas franquistas assassinaram (por fuzilamento) ao presidente do Barcelona Josep Suñyol na serra de Guadarrama e até hoje, no âmbito futebolístico, muitos espanhóis se ressentem não somente do assassinato de Suñyol mas também do fato de que o estádio do Real Madrí na capital do pais seja identificado pelo nome de um destacado fascista: Santiago Bernabéu.
Vejam:
Recentemente, a atual conivência ou cumplicidade (direta ou indireta) do Sr. Florentino Perez, o presidente do Real Madrí, com a fome de poder e a conduta vergonhosa do técnico José Mourinho e de seus jogadores tem sido objeto de importantes denúncias feitas pelos críticos desportivos contrários ao uso e abuso da violência como meio de dirimir diferenças no futebol.
A elevação do tom da critica contra o presidente do Real Madrí deve-se também ao conhecimento pela opinião pública da estreita relação que Florentino Perez mantém com o capital financeiro internacional destacada pelas milionárias contratações dos jogadores Cristiano Ronaldo (94 milhões de euros), Zinedine Zidane (77 milhões de euros) e Kaká (65 milhões de euros).(1)
Do outro lado, também é sabido que José Mourinho (que recebe um salário de 10 milhões de euros no Real Madrí), é um reconhecido devoto da religião católica (um papa hóstia que reza por quase tudo), que reza para que deus lhe dê de presente as vitórias nos jogos de futebol contra os times rivais, principalmente contra o Barcelona. Vejam:
Para lograr o seu objetivo, Mourinho também compra crucifixos para presentear a seus jogadores e não perde a oportunidade de ir ao Vaticano para beijar fervorosamente a mão do Papa inquisidor Bento XVI (também reconhecido por ocultar e encobrir os crimes sexuais de pedofilia dos padres e bispos católicos contra crianças da Inglaterra, México, EUA, Espanha, etc). Vejam:
Como se pode deduzir, a violência no futebol de José Mourinho não só reproduz o mal exemplo (destrutivo e barbaresco) para a conduta dos pais, filhos jovens e suas famílias; ela também funciona para legitimar os métodos fascistas do Estado a serviço da ditadura do capital financeiro contra a nossa sociedade civil.
É através desses métodos ilegítimos que a classe dominante trata de justificar o processo de naturalização da violência contra a oposição política e contra os movimentos de resistência à opressão do Estado burguês diante da crise econômico-social na nossa sociedade.
A curto e a médio prazo devemos nos unir para condenar todo e qualquer uso e abuso dos métodos destrutivos e barbarescos para dirimir as diferenças sociais sejam nos esportes, no futebol ou na sociedade.
Logicamente que devemos nos preparar para combater os argumentos fascistas ou neo liberais dos defensores da dominação, da opressão e da exploração capitalista contra os seres humanos pois estes argumentos estarão sempre contra a mudança social.
Por todas essas razões, acredito fielmente que só poderemos mudar radicalmente a situação de violência a longo prazo (dentro e fora dos gramados) se formos capazes de entender que o capitalismo é o maior inimigo dos esportes como atividade lúdica (como valor de uso) para divertir os seres humanos e não para produzir dinheiro, lucro, juro e dominação política.
Só poderemos libertar o futebol da violência e da prisão do seu valor de cambio, da sua corrupção econômico política, se formos capazes de estabelecer uma nova sociedade: uma sociedade radicalmente diferente, inimiga do modo de produção social denominado capitalismo.
O estabelecimento de uma nova ordem social funcionaria humana e ludicamente entre homens e mulheres porque terminaria o reinado do dinheiro, do lucro, dos juros e da corrupção capitalista (2); acabaria com a propriedade dos meios de produção, com a exploração e a opressão pois não existe outro caminho para conseguir a participação e justiça social para todos os seres humanos (3) dominados, explorados ou excluídos pelo capitalismo.
Naturalmente que os ideólogos e propagandistas da direita (neoliberais ou fascistas), servidores dos interesses das grandes corporações dirão sempre (não se cansam de repetir) nos jornais, nas rádios, nas TVs, nas escolas, nas igrejas que é necessário (para “o bem de deus, da família e da propriedade”) defender o uso da violência pelo Estado e pelas instituições religiosas, civis ou militares, porque existem muitos indivíduos desordeiros, delinquentes, pecadores e criminosos (“os maus elementos”) que tem que ser punidos (pelos “bons cidadãos”) por serem malfeitores.
Outros propagandistas submetidos ao discurso hegemônico dirão que é uma grande fantasia, utopia, anarquismo, radicalismo, socialismo, ou comunismo propor a existência de uma sociedade sem violência; para logo implicar que as pessoas que sugerem este tipo de sociedade estão loucos ou estão recrutados por terroristas.
Para concluir, eu gostaria de compartir com os leitores a minha esperança e fé mais profunda: só existe um modo seguro de acabar com a violência como modo antidemocrático e fascista de dirimir as diferenças entre classes sociais, nacionalidades, religiões, sexos, raças, gerações e equipes de futebol: é preciso viver e conviver em uma sociedade diferente, em uma sociedade não violenta. Para isso, é imprescindível que edifiquemos uma nova ordem social e humana na qual os capitalistas, as suas instituições (como a FIFA por exemplo) e o seu Estado burguês desapareçam para sempre deste planeta.

1) Aqui, o torcedor pode perguntar: onde é que Florentino Perez e o Real Madrí conseguiram tanto dinheiro, quando sabemos que a economia espanhola (como tantas na Europa) está sendo profundamente golpeada pela crise financeira e o dinheiro para emprestar a pequenas e medias empresas (as que realmente empregam grandes contingentes de trabalhadores) desapareceu da circulação monetária? A resposta a essa pergunta pode ser encontrada no lúcido artigo "Cristiano Ronaldo, Jacques Diouf e Jeff Lawrence" por Francisco Sanchez Umpiérrez:

2) A corrupção dentro das organizações futebolísticas tem ido em aumento com o passar dos anos: desde as comissões parlamentares de inquérito do governo brasileiro para averiguar as denuncias de corrupção do ex-presidente da CBF e da FIFA João Havelange até as recentes acusações de corrupção pela direção da FIFA sob o comando de Joseph Blatter, o atual presidente da FIFA.
Até onde chega meu conhecimento, nenhum livro registrou mais valentemente o caráter corrupto, mafioso e imperial da FIFA que o escrito por David Yallop “Como se robaron la Copa”.


3) Para uma visão ampliada e detalhada das relações entre a riqueza de poucos e a pobreza de muitos dentro do futebol vejam meu texto “Lo lúdico, mercado, ideología y política en la Copa Mundial” no link abaixo:

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma década do onze de setembro


No próximo dia 11/09/ 2011, vão-se completar 10 anos do primeiro bombardeamento em solo dos Estados Unidos, fora as investidas dos japoneses durante a 2ª Guerra Mundial, quando o país asiático atingiu a costa oeste estadunidense com balões incendiários que provocaram incêndios, principalmente nas florestas da Califórnia e Oregon. Sim, há uma década, pela primeira vez o Império foi atingido no seu coração. E foi a primeira vez também em que sentiram sua vulnerabilidade.
Apesar de que a AlQaeda e Osama Bin Laden assumiram o ato, ainda paira a dúvida de que tenha sido o próprio governo de George W. Bush e a CIA quem o praticaram. Mas isto é uma longa história que talvez um dia possa ser mais bem explicada.
O fato é que guerra é guerra! Ou os EUA tiveram algum tipo de pudor quando lançaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagazaki? Na verdade os ataques a estas cidades japonesas em agosto de 1945, causaram a morte imediatas de 220 mil civis, fora as consequências da radiação que deixou milhares de mutilados e pessoas inutilizadas para o resto de suas vidas. Teriam sido tão necessárias? Será que o exército dos Estados Unidos não poderiam ter realizado uma demonstração em alguma ilha desabitada no Pacífico e dizer aos japoneses: “Olhem bem a bomba que nós temos... Se não se renderam vamos lançá-las sobre suas principais instalações militares...”
No ataque ao World Trade Center morreram 2.996 pessoas. Bem menos, certo? Também civis... Infelizmente. E, talvez algumas centenas de pessoas que contraíram doenças pulmonares e outras em decorrência de estarem muito próximas ao local. Analisando apenas os números, uma diferença estúpida.
Por outro lado, de acordo com dados da ONU, 20 milhões de crianças morrem de fome anualmente em todo o mundo; cerca de 37 mil crianças com menos de 5 anos morrem de fome diariamente. Vejam bem: diariamente! Grande parte deste número é devido à política imperialista dos Estados Unidos. E quando digo grande parte é porque cerca de 80% deste total são decorrentes da exploração do capital internacional e de guerras localizadas, mantidas ou diretamente existentes por culpa do governo estadunidense e de seus algozes, ingleses, franceses, alemães e outros de menor expressão, que têm por trás de si o sistema capitalista, e, consequentemente o lucro desenfreado e sem escrúpulos da burguesia.
Segundo a FAO, o número estimado de famintos no mundo é de 800 milhões de pessoas apenas nos países em desenvolvimento — 215 milhões somente na África subsaariana, correspondendo a quase metade da população daquela região — e mais 200 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrendo deficiências agudas por falta de proteínas e calorias. Ora, os EUA gastam dois bilhões de dólares por semana somente na guerra do Afeganistão. O que significaria esta cifra de US$ 8 bilhões/mês no combate direto à fome no mundo? Quantas crianças sobreviveriam à necessidade e à fome com este calhamaço de dinheiro? No entanto, pelo contrário, ele é empregado para aumentar o número de vítimas fatais.
Está bem, concordo que devemos chorar as vitimas, os cerca de dois mil civis que pereceram no ataque às Torres Gêmeas, e lhes devemos reservar instantes de dor, um minuto de silêncio ou qualquer coisa do gênero no próximo dia onze de setembro. Mas também devemos chorar pelas milhões de crianças que morrem de fome.
Outrossim não podemos nos esquecer dos verdadeiros culpados não somente do atentado de 11/09/2001, como da morte estúpida de inocentes ao redor do mundo. Na verdade não devemos é nos esquecer que estes são provocados pelo governo dos Estados Unidos da América, alimentados pelas multinacionais sedentas de dólares, euros, diamantes, ouro, ou qualquer coisa que tenha algum valor monetário. Que para eles está muito acima de vidas humanas, porque na verdade “burgueses comem criancinhas” (1)...

1. Uma alusão à frase que era comum entre os reacionários durante a Guerra Fria de que os “comunistas” comiam criancinhas!

domingo, 4 de setembro de 2011

Pensatas de domingo, xadrez, cadela e alguns morangos silvestres...

Na cena Victor Sjöström e Bibi Anderson em “Morangos silvestres”
A situação na Líbia transformou-se de uma guerra aberta em um complexo jogo de xadrez em que ganhará aquele que tiver maior habilidade em mover as peças. Ora, as muitas tribos que se aliaram e conduziram o levante estão a se degladiar e a Otan está começando a olhar com desconfiança a “aliança” entre elas. Claro que os imperialistas não pretendem deixar de lado a conquista de importantes reservas de petróleo e gás, mas... Aí é que entra a questão, quem dá mais? Kadafi não está totalmente descartado nesta avaliação. Afinal já houve acordos passados entre o império e o ditador... E apesar deste estar com as peças pretas e em total desvantagem, depois que vazou a informação de que membros da AlQaeda estão infiltrados entre os opositores, coisas surpreendentes podem acontecer nos próximos lances. Afinal, a burguesia não tem pudores.

Não muito longe dali, a Siria se complicou, simplesmente porque Israel está tremendo de medo de que armas químicas em poder da ditadura (favorável ao ocidente) de duas gerações, possa cair em mãos de forças “terroristas” aproveitando-se do caos reinante, e que poderiam vir a usá-las contra eles (Israel). Nada que a CIA, o MI-6 ou o Mossad não possam resolver, mas há um risco eminente. Podem crer, caso os EUA e seus capangas venham a intervir militarmente a razão será esta. Caso contrário ficarão na retórica e nas medidas dos chamadas “bloqueios”.

Após ter sido acusada de “cadela” por Rafinha Bastos no CQC da Band, Daniela Albuquerque, a “primeira dama” da RedeTV, passou por uma tremenda “saia justa” em seu próprio programa na emissora. No dia 30 de agosto, último dia da apresentadora Keila Lima, sua parceira e “professora”, ao despedir-se do programa “Manhã Maior”, abriu o jogo e “caiu de pau” (com o maior alto nível) tanto na “parceira” quanto, sutilmente na Rede TV (1). Quanto ao caso do Rafinha, este pediu “desculpas” formais no programa seguinte. Claro que após uma reunião entre o presidente da RedeTV , marido da dita “cadela” --que tem três vezes menos a idade dele-- e o presidente da Band.

Rever “Smultronstället” (1957) após longos anos em que o assisti por completo pela última vez (talvez há uns 15 anos), foi uma overdose de emoções. Ainda me lembrava da primeira vez que o vi no velho e saudoso “Alvorada” no posto seis, salinha pequena, mas cuja designação vinha subtitulada como “Cinema de Arte”. Eu devia ter uns 18 anos e fiquei pasmo com Bergman, a sua capacidade de narração, de aprofundar o ser humano naquilo que os religiosos vêm como “alma”, ou “espírito”, mas que eu no meu ateísmo simplório classifico apenas como “essência”.
Pena mesmo que por alguns anos me afastei do diretor, acometido de uma doença de “esquerdismo infantil”, sectário e tolo que julgava a arte apenas pelo cunho social (engajado) contido nela (2). Coisa que, ainda bem, durou apenas alguns anos, pois quando voltei a admirá-lo –, até por ver o engano quanto ao meu julgamento--, aprofundei-me em sua obra, voltando a assistir com outros olhos obras como “O sétimo selo”, “A fonte da donzela”, entre tantas, incluindo este magistral “Morangos silvestres”, cuja tradução mais precisa, segundo soube por alguém, faz pouco tempo (e nada entendo de sueco) seria “alguns” morangos silvestres.
Mas falei tudo isto apenas para dizer que considero este o seu melhor filme (3)... Se bem que, no entanto sou daqueles que defendem a ideia de que gênios como Bergman e outros do seu naipe, não podem ter algo maior do que o conjunto de seu trabalho.

Notícia publicada ontem à noite no UOL, levanta que pelo menos um montante equivalente à economia da Bolívia foi desviado dos cofres públicos do governo federal entre 2002 e 2008. Com o referido nível de recursos seria possível elevar em 23% o número de beneficiados pelo Bolsa Família (em torno de 13 milhões de famílias). Ou reduzir à metade o número de casas sem saneamento básico, que são cerca de 25 milhões de moradias.
Coisas do Brasil!

Mas para acabar o domingo em alto astral, lembrei de uma piadinha antiga pra dedéu, mas que vale a pena.
O sujeito entrou no bonde (um banco longo e contínuo), e ia sentar-se quando uma senhora o interpelou dizendo:
“Senhor, cuidado com os ovos!”.
O cara interrompeu o ato de sentar-se a tempo de ver um embrulho em papel jornal, o pegou e ao passar para a velhinha exclamou:
“Pesados...”
Ao que ela, imediatamente respondeu:
“Claro, são pregos!”

Mas queria lembrar mesmo era daquela piadinha mais antiga ainda, do sujeito que virou neto dele mesmo. Veio-me à cabeça, por razões óbvias, quando revia “Volver” (2006) de Pedro Almodóvar.
Neurônios queimados à parte, um bom domingo para todos!

1. A quem interessar possa, assista no link abaixo a saia justa da “cadela” da RedeTV:

2. Nada a ver com teses como a do “realismo socialista”, pois desde 1966 me posicionei como trotskista, o que me afastava das teses de Stalin. Mas uma distorção mesmo da visão do que seja uma arte revolucionária. Até o dia em que entendi que esta arte revolucionária tem pouco a ver com posição política, mas com a visão do artista frente ao mundo partindo se seu prisma. Claro que há artistas reacionários, mas no caso de Bergman, a “existência em si” é o seu ponto de partida, o que o torna um Humanista.

3. Para além de Victor Sjöström, o filme conta com as presenças da maravilhosa Ingrid Thulin e da encantadora Bibi Anderson. Sjöström foi um dos pioneiros do cinema sueco, dono de uma filmografia respeitável como diretor e ator, e veio a realizar este filme, retratando um velho professor e médico no ocaso de sua vida. Coincidentemente ele faleceu cerca de três anos depois.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Que país é este?



Acima uma matéria televisiva do momento em que Jaqueline Roriz recebia sua propina, um dos muitos motivos que resultaram na CPI do Mensalão do DEM de Brasília. Abaixo o artigo do jornalista Carlos Newton publicada em 31/08/2011, na Tribuna da Imprensa, atualmente Tribuna na Internet (1), que no meu entender resume tudo o que penso.

“Alguém esperava algo diferente? Por 265 votos a 166, com 20 abstenções, a Câmara absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), que enfrentava um pedido de cassação do mandato, por ter sido flagrada recebendo dinheiro do operador e denunciante do esquema do mensalão do DEM em Brasília, Durval Barbosa.
A estratégia de defesa de Jaqueline Roriz foi semelhante à do então ministro Antonio Palocci, quando seu enriquecimento ilícito foi submetido à Comissão de Ética do Planalto, presidida por Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo. Na ocasião, Sepúlveda “absolveu” Palocci, alegando que a fortuna do ministro fora feita antes de ocupar o cargo, e a Comissão de Ética existe para analisar apenas os casos cometidos durante o exercício do cargo.
Como o vídeo foi gravado em 2006, mas revelado apenas em março de 2011, a defesa de Jaqueline também alegou que ela ainda não tinha mandato naquela época, e, por isso, não poderia ser cassada agora. Mesmo assim o relator, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), pediu a cassação, argumentando que o fato se tornou de conhecimento público apenas este ano, quando Jaqueline já havia tomado posse na Câmara.
O relator disse que não importa que o vídeo flagrando Jaqueline Roriz em ato de corrupção tenha sido feito em 2006, quando ela ainda não era deputada federal, mas o que importava era a corrupção comprovada.
Depois dos pronunciamentos do relator Carlos Sampaio e da defesa da deputada, Jaqueline falou por 11 minutos. Em seguida, foi aberto prazo de três minutos para manifestações de parlamentares contra e a favor da cassação, para então se iniciar a votação eletrônica.
Há vários dias já se sabia que o clima era favorável à parlamentar e que Jaqueline deveria conseguir escapar da cassação. Muitos deputados temem ser cassados por irregularidades cometidas antes de chegarem à Câmara. A votação foi secreta e seriam necessários pelo menos 257 votos “sim” a favor do relatório do conselho pela cassação, para que ela perdesse o mandato.”