terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Uma luz no fim do túnel



Apesar de toda a engendragem montada por Temer e seus asseclas, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, suspendeu a posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. A cerimônia de posse estava marcada pelo governo Temer para as 9h desta segunda (22), mas foi cancelada.
Cármen analisou uma reclamação movida por um grupo de advogados, que contestou no STF a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, no sábado (20), havia liberado a posse de Cristiane.
Isto deixa uma dose de esperança de que, quem sabe, a democracia neste país possa existir. É certamente uma luz no fim do túnel!

domingo, 21 de janeiro de 2018

Pensatas de Domingo. Pouca vergonha!



Acordei neste sábado lendo a notícia de que Michel Temer, o famigerado presidente usurpador, iria investir em 2018 na limpeza de sua moral pós desgastes em 2017.
Fui dormir com outra notícia: a de que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acabara de liberar Cristiana Brasil a assumir o Ministério do Trabalho, nomeação já negada várias vezes pela Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Ao suspender a posse, a Justiça atendeu a pedido feito em ação popular pelo Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes. A entidade alegou que a nomeação de Cristiane Brasil “ofende a moralidade administrativa”. Temer/ Jefferson insistiram na nomeação, desgastando-se perante a opinião pública.
Segundo o movimento dos advogados, a deputada “praticou pessoalmente graves violações das leis trabalhistas, flagradas e comprovadas em, pelo menos, duas demandas judiciais”.
Depois que seu nome foi anunciado como ministra do Trabalho, surgiram informações de que Cristiane tem dívidas trabalhistas com ex-funcionários. Ela foi condenada na Justiça Trabalhista a pagar mais de R$ 60 mil em indenização a um ex-motorista que alegou trabalhar sem carteira assinada.
Com 44 anos, Cristiane é advogada e já foi vereadora no Rio de Janeiro por três mandatos. Votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT) e pelo arquivamento das denúncias contra Temer nas duas ocasiões em que o assunto foi debatido pelo Legislativo. Além disso, votou de maneira favorável à reforma trabalhista e à PEC do Teto.
Quando anunciou a nomeação de sua filha, Roberto Jefferson (presidente do PTB) chorou e afirmou tratar-se de um "resgate da família" após o mensalão. Em 2005, ele foi o pivô do escândalo que atingiu o então presidente Lula (PT) ao denunciar a compra de deputados federais. Chegou a ser preso, teve o mandato cassado mas está no regime aberto desde 2015.
O nome dela surgiu após o impasse provocado com a indicação de Pedro Fernandes, que foi vetado pelo ex-presidente José Sarney sob alegação de que o parlamentar é alinhado ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), inimigo político da família Sarney. 
Enquanto isso, Temer quer investir em sua “recuperação moral”?

domingo, 7 de janeiro de 2018

Pensatas de Domingo. Saudades de Cony



Conheci Carlos Heitor Cony quando li alguns de seus contos e romances ainda nos anos 1960. Admirei sobremaneira suas colocações críticas sobre a vida da pequena burguesia copacabanesca, suas ambições pessoais, as engendragens do sistema sobre aquela classe média perdida e largada a vagar pelas ruas e apartamentos nas noites daqueles anos 1950.

O fato é que sua morte ontem, aos 91 anos, deixou-me cheio de saudades não apenas daqueles primeiros livros que li como tambem de tantas crônicas, ensaios, contos e toda a imensa gama de seus escritos e artigos importantes para todos nós que vivemos um Brasil tambem vivido e retratado por ele. Um Brasil que, durante a ditadura, o prendeu inúmeras vezes por suas bem articuladas e duras palavras. Palavras que o levaram ao exílio político por muitos anos.

Certamente será muito divulgado o seu currículo, mas é sempre bom lembrar que Carlos Heitor Cony começou a carreira de jornalista em 1952 no Jornal do Brasil. Entre 1958 e 1960, colaborou no "Suplemento Dominical" do JB com contos, ensaios e traduções. Cony passou por diversos jornais como Correio da Manhã e Folha de S. Paulo e pela revista Manchete. E em 2000 conquistou merecidamente a cadeira 3 da Academia Brasileira de Letras.

E deveras importante ressaltar aqui que a literatura brasileira e o Brasil estão de luto.