domingo, 10 de dezembro de 2017

Pensatas de Domingo. Mais um golpe militar?



O general do Exército Antonio Hamilton Mourão, que em setembro sugeriu que pode haver intervenção militar no Brasil se o Judiciário não conseguir resolver "o problema político", voltou a falar na quinta-feira (7) sobre a possibilidade de atuação das Forças Armadas caso haja uma situação de "caos" no país.
O militar comentou a situação brasileira para uma plateia no Clube do Exército, em Brasília, a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais). Sua palestra, com o tema "Uma visão daquilo que me cerca", reuniu críticas aos governos Lula e Dilma Rousseff (ambos do PT) e também a Michel Temer (do PMDB).

"Não há dúvida que atualmente nós estamos vivendo a famosa 'Sarneyzação'. Nosso atual presidente [Michel Temer] vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato", afirmou ele.
Sobre a possibilidade de intervenção, Mourão repetiu o raciocínio que gerou repercussão há três meses, dizendo que a instituição poderia ter o papel de "elemento moderador e pacificador".
"Se o caos for ser instalado no país... E o que a gente chama de caos? Não houver mais um ordenamento correto, as forças institucionais não se entenderem, terá que haver um elemento moderador e pacificador nesse momento [...]. Mantendo a estabilidade do país e não mergulhando o país na anarquia. Agindo dentro da legalidade", disse.
As Forças Armadas, de acordo com ele, estão atentas para cumprir sua missão. "Mas por enquanto nós consideramos que as instituições teem que buscar fazer a sua parte." O Exército, em nota, disse que "as declarações emitidas estão sendo objeto de análise pelo Comando da Força".

Diante de pedidos da plateia para se candidatar, Mourão, que é secretário de economia e finanças da Força, respondeu: "Eu apenas digo uma coisa: não há portas fechadas na minha vida". O militar afirmou que passará para a reserva em 31 de março.
Ele disse ter fé de que a Justiça irá barrar Lula em 2018 -o petista pode ter a candidatura inviabilizada se a segunda instância confirmar sua condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP).

Sobre Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que é militar da reserva do Exército, falou: "Obviamente, nós, seus companheiros, dentro das Forças, olhamos com muito bons olhos a candidatura do deputado".

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