quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Qualidade em primeiro lugar

Na minha última pensata, domingo passado cheguei a comentar que queria escrever sobre a diminuição de postagens neste blogue. Ora, um compromisso que tenho com os meus leitores é o de manter um nível qualitativo e não o quantitativo nas publicações. Mas sinto que estou em período no qual está difícil alcançar este objetivo.
Às vezes, chego a escrever alguma coisa, mas quando vou reler, examinar os detalhes, concluo que é um texto burocrático, sem aquele algo mais que é necessário: o mínimo de corpo e sabor. É como um vinho; tem que estar devidamente maturado. No caso de uma matéria tem mais ainda, como humor dosado de forma correta, ou mesmo dramaticidade na medida exata, dependendo do que se proponha.
Por isso mesmo já deixei de publicar várias delas. E não tem desculpa. A falta de tempo e problemas de ordem pessoal que venha a estar enfrentando podem até prejudicar um pouco, mas se conseguisse pelo menos gostar de alguma coisa seria mais fácil. Pode até ser uma exigência excessiva da minha parte, mas...
Todavia acho muito importante dar satisfações a meus leitores, por poucos que sejam. É uma questão que me incomoda demais saber que alguem acesse o Pensatas para ler algo e não encontre. Portanto não poderia encerrar o ano sem esta sincera satisfação que devo a todos vocês. E torcer para que logo tudo volte ao seu ritmo normal na quantidade, mas sempre objetivando a qualidade.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Pensata para o último domingo do ano

Estive a pensar em vários assuntos para esta última pensata dominical de 2009.
Coisas sérias, como o colapso no metrô do Rio, fato que já havia sido previsto por especialistas, ou outras, mais leves, como piadas, receitas de drinques e até assuntos mais íntimos como aprofundar o fato de estar a escrever menos.
Por enquanto aproveito este espaço para desejar à meia dúzia de leitores deste blogue um feliz 2010, pois sou-lhes muito grato pela presença.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Violência e imprensa

Um tema sempre me vem à cabeça quando estou a ler alguma notícia na internet que fala sobre tiroteios e assaltos em São Paulo, tanto na capital quanto no interior. Domingo parei numa manchete de um portal paulista que me tornou curioso em ler a matéria, pois dizia respeito a um tiroteio em pleno shopping na cidade de São José dos Campos, pois, aparentemente, achamos shoppings locais mais seguros. Na chamada, uma pessoa havia morrido e duas ficaram feridas.
Quando estava a ler a dita reportagem, aparece no meio dela o seguinte título-link para uma outra: “Morador é ferido por estilhaços em tiroteio no Rio”. Na hora, passou pela minha cabeça o fato de que paulistas não podem falar de sua violência sem não ter como deixar de citar o Rio de Janeiro. Sim, há uma campanha intensa por parte da mídia, principalmente a paulistana em querer provar que a cidade chamada maravilhosa é mais perigosa do que aquele paraíso da neurose.
Já foi provado que a cidade mais violenta do Brasil é São Paulo. Os índices mostram uma quantidade maior de assaltos e outras coisinhas que somadas a fazem ser a campeã na categoria. Mas eles não admitem esta realidade. Como são provincianos e “bairristas” ao extremo, competem com o Rio e suas belezas desta forma. É o tal negócio do: “em compensação...” E isto se dá nos jornais, em noticiários televisivos e tambem na web.
Acontece que os bolsões de miséria na capital paulista estão situadas na periferia. São raríssimas as inseridas na região urbana. No Rio é diferente. As favelas fazem parte da cidade. As classes dominantes criaram em torno de si uma forma prática de ter empregados a pouca distância, o que facilitava o seu acesso ao trabalho sem atrasos. O fenômeno remonta à época da colonização portuguesa.
Com o aumento do tráfico de drogas a violência alcançou essas populações tão próximas da elite. Em São Paulo, por serem longe, o tiro corre solto, a polícia entra e mata sem testemunhas. Fica por isto mesmo...
Não podemos esquecer que o que houve na capital paulista em 2007, quando uma facção entrou em ação, fechando a cidade inteira, ainda não aconteceu no Rio. Aqui os acontecimentos são setorizados nos locais em que o tráfico ou as milícias se concentram em maior escala. O resto é um trabalho da imprensa marrom paulistana a querer aumentar a violência no Rio de Janeiro. Não que não tenha. A péssima distribuição de renda, a miséria do país intensificou o ódio e a guerra em todas as grandes cidades do país.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pensata de domingo

O último a sair, apague a luz
A conferência em Copenhague para controle dos gases que poluem a atmosfera, provocando o chamado efeito estufa, e, consequentemente limitando as possibilidades da existência de nós mesmos – humanos – à sobrevivência é uma prova de que a sociedade, como um todo, não está a enxergar a gravidade do problema, atendo-se a discutir pormenores sutis entre países ricos e “emergentes”, cotas, e outras banalidades, que, na realidade estão a encobrir uma grande farsa.
Desde Kioto os Estados Unidos fogem das suas responsabilidades. Acontece que eles e a China (dita emergente) são hoje responsáveis por mais de 40% das emissões desses gases em todas as suas variações e modalidades. E ambos estão a fugir em assumir qualquer medida que impeça o crescimento do problema. Um problema real, claro, evidente, tendo em vista a própria reação da natureza às transformações que a humanidade pós-revolução industrial tem-lhe causado.
Alguns alegam que as mudanças climáticas são um ciclo natural, que já aconteceram em outras épocas, etc. Mas mesmo que sejam fenômenos naturais, sem dúvida a mão do homem agrava a cada instante que se passa. E a tão aguardada presença de Obama, resultou apenas numa encenação fraca e pouco convincente. A coisa ficou pro ano que vem. Se for deste jeito, vai se empurrando com a barriga e...
O fato é que certos países, notadamente alguns insulares que estão a desaparecer rapidamente não podem esperar. E com razão. Se deixar para depois alguns deles não existirão mais na próxima reunião. Além deles, outros, não reconhecem o acordo e as conclusões da cúpula. Em outras palavras, tá feia a coisa. Em outras ainda, pimenta no dos outros é refresco.
Conclusão: o capitalismo em pouco mais de dois séculos conseguiu transformar a Terra num planeta inóspito, à beira do extermínio das espécies animais que necessitam do equilíbrio ecológico para sobreviverem em seu solo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Algumas frases para pensar

Aproveitando a conferência em Copenhague sobre o controle do clima, Helio Fernandes na sua Tribuna da Imprensa publicou algumas frases dignas de nota sobre a questão ambiental, para a qual a cegueira da humanidade em sua desenfreada busca pelo lucro parece realmente não enxergar.
Pesquei apenas algumas delas e as transcrevo abaixo. Parem, leiam e pensem...

Stephen Jay Gould, paleontologista: “É melhor assinar os papéis, enquanto o planeta está querendo fazer acordo”.

Carl Sagan, astrônomo: “O Universo não é obrigado a estar em perfeita harmonia com a ambição humana”.

Edward O. Wilson, professor de Entomologia de Harvard: “Se toda a humanidade desaparecesse, o mundo voltaria ao rico estado de equilíbrio que existia há 10 mil anos. Se os insetos desaparecessem, o ambiente iria do colapso ao caos”.

John Young, ex-astronauta: “Se você quiser ver uma espécie em perigo, levante-se e olhe no espelho”.

Herman Daly, ecologista: “Há algo fundamentalmente errado em tratar a Terra como se fosse um negócio em liquidação”.

Einstein: “Sobreviver irá exigir da raça humana uma maneira substancialmente nova de pensar”.

domingo, 13 de dezembro de 2009

De um domingo ao outro

Semaninha cheia de dias surpreendentes. Do tipo Dia da Corrupção e Dia do Palhaço. O da corrupção, obviamente contra ela. Mas no Brasil a coisa fica difícil. Pelo menos os estudantes em Brasília levaram uma coça da cavalaria, coisa de que não me lembro desde os tempos da ditadura. Cenas, aliás, difíceis de esquecer.
E o Dia do palhaço? Bom, os palhaços protestaram alegando que o que se passa na política brasileira não é palhaçada coisa nenhuma. Pelo menos no bom sentido, claro!
Mais? Barack Obama recebeu o Prêmio Nobel da “Paz”, defendendo a guerra (???). Dessa nem o Bush seria capaz.
Chuvas em São Paulo param a cidade, que segundo a lenda não pode parar. Será? Enquanto isso, o Estadão continua censurado, não podendo publicar notícias sobre o filho do Sarney. A censura já passa dos 130 dias.
Continuando, o Sr. da Silva continua manobrando as suas possibilidades continuístas. No fundo, no fundo ele sabe que com Dilma não dá. O que estará a pensar? Quanto mais passa o tempo, mais podemos considerar perfeita a definição de Brizola para o PT: “a UDN de macacão”. Durante a semana Helio Fernandes publicou na Tribuna da Imprensa toda uma possível articulação golpista voltando ao assunto “terceiro mandato”.
O presidente completou a semana com uma pérola em discurso no Maranhão no qual disse alto e bom som que “quer tirar o povo da merda”. Deu o que falar.
E por falar em PT, alem de ser comparado à UDN, pode ser considerado hoje o novo PSDB, pois a política do partido (e do próprio presidente) está cada vez mais, e, de forma clara, em cima do muro. Já o PSDB saiu deste muro faz muito tempo...
A conferência sobre mudanças climáticas de Copenhague está a se debater com contradições e impasses de acordo com os interesses de cada país, ou até grupos de países. Pelo jeito, pouco ou nada vai se avançar em relação a esforços anteriores no mesmo sentido. Estão tratando um ciclo evolutivo do planeta com descaso, pois mesmo que se diga que é uma tendência natural, é inquestionável que a destrutiva sociedade humana está a acelerar de forma assustadora o seu desenvolvimento.
Este sábado foi marcado por protestos não somente na capital dinamarquesa, como em outros pontos do mundo, exigindo posturas mais enérgicas e representativas dos integrantes da conferência quanto a um real combate às mudanças climáticas. Em Copenhague mais de 300 foram detidos pela polícia em manifestação que envolveu milhares pessoas.
Zelaya continua na embaixada do Brasil em Tegucigalpa tentando definir se vem ou vai para o México, uma posição bem mais estratégica para os seus prováveis planos futuros. E Evo Morales acusa os EUA e Hillary Clinton de praticar um ato terrorista ao “alertar” países americanos a evitar aproximação com o Irã. “Eles não podem acusar ninguem de terrorismo se eles são os primeiros a praticá-lo”, disse o recem-eleito presidente.
Li esta semana no “Observatório da Imprensa” uma matéria sobre a crise que começa a se esboçar na área do jornalismo televisivo. A internet, que já havia provocado uma redução na venda de jornais impressos, agora se estende ao telejornalismo. Que coisa!
Quanto a este tal de Tiger Woods? Como golfe, para mim, é um esporte que nem existe nunca havia ouvido falar na peça...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Pensatas de domingo. Ou uma coisa puxa a outra

Fico a pensar o quanto é difícil manter determinadas práticas – que se tornam compromissos – em momentos mais difíceis, seja por falta de tempo, seja por motivação ou qualquer tipo de imprevisto que surja na vida. E refiro-me precisamente a este blogue... A essas pensatas de domingo que se transformaram com o passar dos anos uma rotina quase que obrigatória.
Lembro-me que às vezes, durante semanas em que sobravam poucas horas eu dizia para mim mesmo: “a postagem de domingo não poderá faltar...” E não faltava. Lá estava ela. Firme.
Do mês passado para cá tenho tido muitos compromissos externos. Nem sempre de trabalho, mas que me teem mantido um pouco afastado do computador. Acontece que tenho o hábito de, quando em casa, trabalhando nesta engenhoca, dar uma parada de quando em vez para ler notícias nos sites de jornais ou portais. É até bom, uma pausa, uma atualização com os assuntos correntes. Areja a cabeça.
Daí é aquela motivação para uma nova postagem. Um assunto qualquer que me inspira e me leva a escrever sobre ele, ou o simples fato de estar a vagar pela web.
Na rua é diferente. Chega-se em casa e depois de algum tempo, vai-se ao computador conferir os e-mails recebidos, e então leem-se tambem as últimas. Mas acontece que, na maioria das vezes o pique é outro. Estou cansado. O calorão da rua me esgotou. Tenho que tomar um banho, ligar o ar condicionado para refrescar as ideias. E neste meio tempo, na maioria das vezes já se foi aquele momento da inspiração para escrever.
Por isso mesmo sempre disse que quanto mais trabalho tenho em casa, mais escrevo no blogue. Uma coisa puxa a outra.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pensatas para um dia qualquer

Só para resumir, enquanto a gente anda por aí sem tempo nem para escrever, em Brasília sobra tempo para esconder dinheiro em meias e cuecas. Infelizmente hábitos deste tipo estão a se tornar tão comuns quanto a impunidade geral que os acompanha.
Não é moralismo falar de gestos tão imorais. Mas é contra qualquer moral existente em cada um de nós, acompanhar o noticiário que os cerca já prevendo uma grande pizza no seu final. E dizer que o país melhorou posições no ranking das nações mais corruptas! Acho quase inacreditável acreditar nisso.
Mundo afora, a crise em Honduras, quem diria, acabou sabe-se lá onde. Quem teria razão? Difícil até dizer, mas o fato é que os Estados Unidos, na calada da noite conduziu o golpe e manteve sua posição na republiqueta de bananas (1) até o final. E desta vez sem precisar recorrer a militares, sejam os seus ou os de ninguem. O fato é que Zelaya não reassumiu e fim de papo.
Também os estadunidenses, por intermédio de ato de seu presidente (dito “progressista”) chegará aos 100 mil soldados em sua nova “santa cruzada” no Afeganistão. Com uma promessa de sair de lá a partir de 2011. Acredite... Se quiser! Também a data foi estipulada em seu início, mas em nenhum momento especificou quando será retirado o último.
Aí eu penso se pode ser transmitida ou passada alguma notícia boa durante a última semana, e juro que não me lembro de nenhuma. Teem algumas mais corriqueiras, algumas menos importantes, mas parece que a mídia fica em cima dos escândalos, da violência e das desgraças alheias. Além das fofoquinhas das “celebridades”, claro. Isso é que dá audiência às TVs, ou aumenta a leitura de jornais e revistas.

(1) Aliás, Honduras é a origem do termo...