sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fora do ar

Por motivos de força maior, este blogue estará fora do ar durante alguns dias. Assim que possível, estarei de volta.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Adendo às pensatas de domingo

Falei do blogue de meu filho sobre Playmobil. Supunha não ser possível entrar no Fórum, mas estava enganado.
É só clicar no link no final desta postagem (ou abaixo das duas últimas fotos) que vão se encontrar, não somente a história completa, como muito mais fotografias tiradas por ele.

http://www.playmofriends.com/forum/index.php?topic=2375.msg26883#msg26883

domingo, 26 de julho de 2009

Pensatas de domingo

Estava a andar, na sexta-feira pela manhã, entre a Santa Clara e a Figueiredo, quando dei de cara com uma moça. Digo moça, porque devia ter – pelo rosto – uns trinta no máximo. Feliz, estampava em seu semblante um belo sorriso, a olhar para os lados, onde um rapaz e uma outra moça a acompanhavam.
Mas havia um detalhe, um detalhe que me impressionou e fez pensar no quanto viver é precioso. A moça, a moça feliz era uma “mulher-tronco”.
E eu refleti por segundos (que duraram muito mais do que isto), o quanto alguns momentos que parecem ruins, podem não ser tão ruins assim.
Ainda mais porque no instante, em que aquela mulher, feliz na sua monstruosidade, vamos dizer: cagava pro lance, porque o mais importante é estar viva, me impressionou.

Tenho uma máxima que sempre repito, pelo menos em casa e para a minha analista que é: “dinheiro não traz a felicidade, mas a tranquilidade, com certeza”. Não sei se alguém já disse isso antes, mas, eu acho uma frase que diz muito da vida.

O Gustavo, meu filho, sempre amou Playmobil. Ganhou o primeiro quando fez um ano e encantou-se pelo brinquedo. Daí em diante começou uma coleção que acabou em 1987 ou 88. Mas teve um recomeço quando, dois anos depois, fomos morar em Portugal e ele ficou deslumbrado com a variedade de opções que existia na Europa.
A coleção somente se desfez nove anos atrás, quando a passou para as primas mais novas que moram em Beagá.
No entanto, o mais curioso é que tem cerca de um ano que ele descobriu a venda destes brinquedos pela internet. E deu-lhe a ideia de voltar à velha mania. Desta feita para tirar fotos. Sem corujice, cenários montados num estúdio improvisado no quarto dele com excelente resultado.
Parte do resultado está em um blogue (link abaixo), que é publicado em inglês, porque faz parte de um grupo de colecionadores ao redor do mundo.
Infelizmente o melhor das fotos está num fórum para o qual é necessária uma senha de acesso, o que dificulta que possamos vê-lo. Todavia, segue o endereço do blogue:
http://blackhairgus.blogspot.com/

Lembrei ontem de uma piada (de salão) dos idos tempos do bonde. Os bondes tinham como característica longos bancos e o passageiro ia se acomodando em fileiras.
O gajo entrou e pediu licença para sentar ao lado de uma senhora. Notou que ela colocara no lugar que seria o seu um pequeno embrulho.
Antes que ele sentasse ela falou: “Cuidado com os ovos!” Educadamente ele levantou o pacote e o entregou à velhinha, observando: “Pesados!”.
Ela lhe agradeceu e completou: “Lógico, são pregos!”

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sarney no cadafalso by Helio Fernandes

A série "Sarney no cadafalso" por Hélio Fernandes (leia-se Tribuna da Imprensa) é digna de nota e de ser acompanhada.
Afinal, hoje, exatamente agora, às 18h35m desta tarde de uma quinta-feira, já está no número 15.
Quem tiver interesse, leia em:

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um convidado especial numa foto inolvidável

Anteriormente este “causo” foi publicado em uma edição do Jornal do CCRJ (Clube de Criação do Rio de Janeiro) em 1998, depois no meu blogue "Casos" da Propaganda (link ao lado). Mas acho que vale a pena posta-lo aqui no Novas Pensatas.

Foi quando a gente ia publicar o Jornal do Clube, lá pelos idos de 89. Mauro Mattos era o presidente. O Cristóvão e eu tínhamos peitado a parte gráfica, junto com a Maria Célia. Era um corre-corre danado. Reuniões de pauta. Reuniões para diagramação. Naquele tempo ainda não tinha Macintosh aqui pelas bandas do Rio. Toninho Lima, o Zé Gui, e tantos outros (se eu fosse citar um por um ia encher a página só com eles) todos envolvidos naquele desafio. “Vamos botar o jornal na rua. Ele tem que sair, ele tem que sair!” Bom, ele saiu. Aliás, pra quem não conheceu, um senhor número! Tamanhão “Meio & Mensagem” (1), muita matéria, entrevistas polêmicas. E um trabalho do cão... ou do leão.
Um belo dia, me liga o Henrique Meyer. “Jonga. Pra fechar o jornal... Tá quase tudo pronto... só falta fazer uma foto com o pessoal que foi a Cannes.” Resumindo, a foto ia ser no Handam na noite daquele dia mesmo.
Lá pelas oito eu cheguei no estúdio do Handam. Aquela animação. “O jornal tá quase pronto, - era o comentário geral - vamos ver se na semana que vem a gente está estourando com ele nas agências.” Um puta dum clima.
Começou a chegar o pessoal pra foto. Era a turma carioca que tinha ido a Cannes. Eduardo Martins, João Bosco, Fábio Fernandes. No meio, como figuração, a Luciana Vendramini. De repente o Henrique solta aquela: “Tá faltando o convidado mais importante da foto.” Quem será o convidado mais importante? Pensei eu com meus botões. Mas, papo vai, papo vem a gente esqueceu isso. Comecei a conjeturar com o Handam, qual seria a melhor maneira para fazer o Anuário do Clube. Como viabilizar essa tarefa hercúlea e até então inédita. Foi um papo longo.
De repente o Henrique anuncia com um sorriso de um lado ao outro do rosto que o convidado mais importante acabara de chegar. Olhei na direção da porta e eis que vejo surgir um leão. Mas olha "gentem", não era aquele leão brocha dos comerciais do Imposto de renda não! Não era aquele leão velho, pulguento, sonolento que a gente estava acostumado a ver por aí. Era um leão de verdade, em carne, osso e mandíbulas. Um leão jovem, cheio de tesão e babante. Olhar fixo, persistente. Um leão de arrepiar.
- Não se apavorem. Tudo bem - disse o Henrique firmemente - o leão tem um domador ao seu lado. Ele é obediente. Fiquem calmos.
A essa altura, sentia minhas pernas bambearem e pensava o que eu, que tinha medo de cachorro grande estava fazendo por aquelas bandas. É a mesma sensação de quando a gente está subindo na montanha russa, antes daquela primeira queda brusca.
Fiquei atrás do bar. Pelo menos tinha a ilusão de que ali havia uma parede divisória entre mim e aquela fera assassina. E olha que ela, a fera, no seu instinto realmente selvagem chegou a morder a calça de couro de uma jornalista que também fora ao Festival. Segundo o seu domador porque ela era de couro de animal africano ou coisa que o valha. Fato que não aconteceu com a Karin que estava com uma de couro artificial.
- E quando começarem os flashes? Fiz esta pergunta ao Handam num determinado momento de lucidez. Meu medo era aquele bicho enlouquecer, desbundar numa overdose de luzes pipocantes.
No final da fita, entre mortos e feridos salvaram-se todos, suados, descabelados. Só respirei quando o leão finalmente cruzou a porta e eu ainda esperei um bom tempo pra colocar o pé no elevador e me mandar, para acabar uma história que, literalmente, foi dose pra leão.

(1) Pra quem não conhece, Meio & Mensagem é um semanário que circula no meio publicitário.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Qual será o próximo?

Transcrevo abaixo trechos de uma matéria publicada pela Rede Brasil Atual (1), assinada pelo jornalista João Peres, que muito esclarece a situação em Honduras e a participação do cínico Mr. Barack Obama (2) e sua camarilha nos acontecimentos que enlutam a América, agredida pelos interesses estadunidenses:
“(...) O professor Marco Cepik, pesquisador do Núcleo de Estratégia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma em entrevista à Rede Brasil Atual ser difícil prever o resultado da mediação da Costa Rica na crise, mas acredita que o mais provável é uma solução que preveja a volta de Manuel Zelaya ao poder desde que não seja convocado um referendo sobre a formação de uma Assembleia Constituinte – a alegação para o golpe...
... Para o professor da UFRGS, de fato o governo Barack Obama teve um papel ambíguo no caso (3), inicialmente relutando em reconhecer a ocorrência do golpe. Para o pesquisador, no entanto, neste momento ‘a atuação tende a reconhecer uma solução que envolva uma sinalização clara contra qualquer golpe de Estado’.
Recentemente, Hugo Chávez e Evo Morales acusaram que há um plano golpista em curso na Guatemala contra o governo de Álvaro Colom. As declarações foram dadas pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 1992, Rigoberta Menchú, que deu mais detalhes sobre o plano. Para ela, a queda, se ocorrer, será por pressões econômicas, e não pela atuação direta dos militares. A guatemalteca apontou que a primeira tentativa de derrubar Colom ocorreu em maio, quando foi assassinado um advogado que deixou um vídeo apontando o presidente como responsável pela morte...”
Na noite de ontem (19/07) o presidente deposto de Honduras, disse considerar “esgotado” o diálogo para resolver a crise no país, anunciou o início de uma “insurreição” e pediu à comunidade internacional para “endurecer as medidas” contra o governo (golpista) de Roberto Micheletti.
Somente o futuro dirá, mas tudo indica que a onda de golpes pela América reacendeu nos planos do império do norte. Qual será o próximo?

(1) http://www.redebrasilatual.com.br/
(2) Foi divulgada pela imprensa a notícia de que Mr. Obama teria criticado o golpe em Honduras. Acredite... Se quiser!
(3) o destaque em negrito é meu.

sábado, 18 de julho de 2009

A IV Internacional na América

Entre 1923 a 1928, Leon Trotsky com a Oposição de Esquerda, lutou dentro da URSS por uma política mundial para a III Internacional. Já exilado, em 1930, organizou a Oposição de Esquerda Internacional. Em 1933, a política stalinista levou à derrocada da esquerda alemã e à ascensão do nazismo. Trotsky concluiu que era necessário construir uma nova Internacional. A IV Internacional foi fundada em 1938.
O primeiro brasileiro que teria conhecido Trotsky foi Rodolpho Coutinho, dirigente do PCB, que debateu com o revolucionário russo alguns estudos seus em meados dos anos 1920. Mas foi com Mario Pedrosa, que muitas das rupturas do partido avançaram para o trotskismo, rompendo com o stalinismo e fundando a IV Internacional no Brasil.
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Militei no POR–T (1), Seção Latino-Americana da IV Internacional – posadista (2) entre 1965/70. De lá para cá, desde que me afastei da militância política em partidos, perdi o fio da meada. O que constatei, principalmente após o advento da internet, que muito facilitou as pesquisas, é que existem várias correntes trotskistas em nosso continente. Antes deste instrumento, estava completamente desorientado.
No movimento trotskista brasileiro, atualmente vamos constatar três tendências. As mandelista, lambertista e morenista (vamos vê-las adiante), em frações despedaçadas por algumas divergências estratégicas, mas não completamente antagônicas. Em 1963, houve uma tentativa de unificação em torno do Secretariado Unificado, que não conseguiu reunir todos os trotskistas. Os posadistas, o Comitê Internacional e a Organização Comunista Internacionalista, ambos liderados por Pierre Lambert ficaram de fora, frustrando todo e qualquer esforço de unificação.
Desde a década de 1970, diversas organizações que reivindicaram as posições da corrente trotskista identificada internacionalmente com o PTS argentino e depois com o MAS, cujo fundador e principal dirigente foi Nahuel Moreno, corrente internacional que hoje se organiza na Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI). No Brasil o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) está ligado a esta tendência.
Nos anos 1960/70 a onda “foquista” (3) também atingiu a IV Internacional (Secretariado Unificado), a organização mais forte do movimento trotskista naquele período. Orientados pela direção majoritária de Ernest Mandel, que capitulava à orientação “foquista” (guevarista), muitas seções nacionais do SU – especialmente o ERP na Argentina e o POR na Bolívia – aderiram à luta armada e foram dizimadas.
E hoje? Vamos tentar (4) decupar como estão aqui na América as facções no movimento que surgiu com a Oposição de Esquerda liderada por Trotsky contra os caminhos tomados por Stalin em sua teoria (antítese aos pensamentos de Marx) da construção do “socialismo em um só país”?.
Existem a LIT– QI (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional), o PTS (Partido de los Trabajadores Socialistas) argentino, cisão do MAS (Movimento al Socialismo) tambem argentino e da LIT– QI, o PO (Partido Obrero) argentino, o POR (Partido Obrero Revolucionário) boliviano, a FT– QI (Fração Trotskista – Quarta Internacional) e a LER– QI (Liga Estratégica Revolucionária – Quarta Internacional), isto para citar as mais representativas. Nos Estados Unidos o SWP (Socialist Works Party) separou-se do pensamento trotskista em 1985, mas foi fundado em 1938 por apoiar Trotsky numa cisão da Liga Comunista da América.
Fica deste resumo uma realidade bastante clara: a falta de unidade do movimento. Um fator muito comum às esquerdas de um modo geral (5). A direita sempre pensa de forma uníssona por defender a propriedade e o poder constituído. Desde a Revolução Francesa (1789) isto ficou bastante evidente. Pouco mais de um ano depois, a divisão das esquerdas facilitou o golpe de 18 de Brumário. E o início do império Napoleônico.

(1) Partido Operário Revolucionário – Trotskista.
(2) No começo dos anos 60, um novo grupo destacou-se da IV Internacional, a facção liderada pelo argentino J. Posadas (pseudônimo de Homero Cristali), que desenvolveu uma concepção terceiro-mundista da revolução mundial.
(3) O “foquismo" foi uma tendência de vários setores da esquerda que achavam a guerrilha a única solução para a América e todo o Terceiro Mundo.
(4) Quando digo tentar, quero me referir às fontes bastante incompletas e cada uma tentando reivindicar para si uma posição autêntica; o que até é compreensível.
(5) Existe uma tentativa intitulada “Refundação da IV Internacional”cujo primeiro encontro foi em Buenos Aires no ano de 1997, mas nem todas as tendência se integraram a ela.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O alvo do golpe foi Chávez

O golpe em Honduras foi dado em função – primordialmente – da tentativa de esvaziamento de Hugo Chávez em sua cruzada contra o império. Tanto que uma das cinco exigências dos golpistas para o retorno de Zelaya ao cargo é que este “seria obrigado a se distanciar do presidente venezuelano Hugo Chávez”. A bem da verdade, Chávez é a maior liderança anti-ianque do momento. E propõe uma saída de fato para a América contra os estadunidenses.
Para reforçar este ponto de vista, Evo Morales (presidente da Bolívia), reiterou nesta segunda-feira acusações contra os Estados Unidos pelo golpe de Estado em Honduras e disse ter informação sobre a participação da potência na derrubada de Zelaya. Morales é um dos chefes de Estado que mais se aproxima das posições chavistas. Depois de uma reunião, o mandatário boliviano e o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, firmaram um documento conjunto em que apoiaram Zelaya e disseram não reconhecer nenhuma outra autoridade em Honduras.
Segundo Argemiro Ferreira em seu blogue: “ (...) Bastaria um mínimo de atenção às fotos da situação em Honduras (...) para qualquer um concluir que o golpe militar em nada difere de outros da tradição imposta ao continente para servir aos EUA – desde os tempos da United Fruit (1), que deu origem à expressão “república de banana” e nas últimas décadas tem mudado de nome (foi também United Brands, agora virou Chiquita Brands...
E mais adiante continua:
“ (...) Será? Na verdade até o truque de fingir que nada tem a ver com o golpe foi repetido pelos EUA, como no passado (em 1964 o cínico embaixador Lincoln Gordon jurou que o golpe tinha sido “100% brasileiro”). Em Honduras outra semelhança foi a ação precipitada de grupelhos: um general e dois coroneis invadiram a casa de Zelaya de madrugada, arrancaram-no da cama e tornaram o golpe fato consumado ao enfiá-lo de pijama no avião militar...”
Quanto a Chávez, mais de uma vez neste blogue (e no “velho” Pensatas), não somente defendi (e contnuo defendendo) suas posições, como afirmei (e continuo afirmando) categoricamente que o presidente venezuelano sofre uma onda de difamações e tentativas de desmoralização por parte da grande mídia, toda ela atrelada aos interesses dos Estados Unidos e das multinacionais. O problema é que Chávez aceita certas provocações o que agrava esta situação, facilitando seus inimigos, profundos conhecedores das artimanhas políticas e professores de marketing.
Leonel Brizola passou por um processo semelhante no Brasil. Primeiro ao perder a sigla PTB, tendo que criar uma nova (PDT). Em seguida com a criação do PT, e finalmente com a massificação de uma forte anti-propaganda, por parte, principalmente da poderosa Rede Globo. O resultado foi que a sua imagem ficou denegrida com fatos até hoje não provados, mas que o alijaram das possibilidades de chegar ao cargo máximo de presidente do país. Fator que apavorava os ianques, em função de durante seu mandato de governador do Rio Grande do Sul (1958/62), ter encampado muitas multinacionais (2), e se empenhado no processo educacional (3), ação que repetiu quando governador do Rio de Janeiro com as famosas CIEP’s.

(1) Coincidentemente Honduras foi o primeiro país que levou a denominação de “República de Banana” (Banana Republic, no original).
(2) Brizola nacionalizou a Bond and Share e a ITT, o que na ocasião criou uma crise nas relações Brasil-EUA.
(3) Quanto maior o nível educacional de uma nação, mais surgem críticas e oposições que incomodam por seu embasamento e consistência. Para os estadunidenses, se os americanos abaixo do rio Bravo forem menos informados, melhor.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Revelações matinais

Como tenho o hábito de acordar com os passarinhos, fui surpreendido hoje pela manhã com a leitura de dois jornalistas e/ou pensadores brasileiros os quais muito admiro e respeito pela seriedade.
Um deles é o Pedro Porfírio (1) que desenvolve o seu raciocínio sobre a farsa democrática, especificamente no caso brasileiro. Clique no primeiro link abaixo.
O outro é do Argemiro Ferreira (2), e analisa com a profundidade – que lhe é habitual – os acontecimentos do golpe em Honduras e a “sinuosa diplomacia” (sic) dos ianques nos acontecimentos naquele país. Para saber mais, clique no segundo link após as notas desta breve (porém consistente) postagem.

(1) “Cearense, 65 anos, Pedro Porfírio chegou ao Rio sozinho, aos 16 anos, indo ocupar o cargo de secretário da União Brasileira dos Estudantes Secundários. Aos 17, fez-se jornalista e teve sua carteira profissional assinada como repórter da ÚLTIMA HORA do Rio de Janeiro. Aos 18, já era o editor da RÁDIO HAVANA, em Cuba. Aos 20, de volta ao Brasil, dirigia o semanário das Ligas Camponesas. Passou pelo CORREIO DA MANHÃ, TV TUPI e, aos 26 anos, era Chefe de Redação da TRIBUNA DA IMPRENSA. Preso e torturado em 1969, depois do AI-5, permaneceu encarcerado um ano e meio. Em liberdade, enfrentou uma cruel discriminação. Tornou-se teatrólogo, com 8 peças encenadas e ganhou o Troféu Mambembe, por sua obra O BOM BURGUÊS. Seu último texto encenado, em 1982, foi BRASIL, MAME-O OU DEIXE-O. Com a redemocratização, assumiu postos no governo do Rio de Janeiro e exerce agora seu quarto mandato como vereador.” (Texto transcrito de seu perfil).
(2) “Como jornalista, escrevo regularmente para o diário Tribuna da Imprensa (leia
AQUI) do Rio de Janeiro, desde a década de 1980. Como autor, publiquei os livros Informação e Dominação (edição do Sindicato de Jornalistas do Rio de Janeiro, 1982 – esgotado), Caça às Bruxas – Macartismo: Uma Tragédia Americana (L&PM, Porto Alegre, 1989), O Império Contra-Ataca – As guerras de George W. Bush antes e depois do 11 de setembro (Paz e Terra, São Paulo, 2004) e fui colaborador de Rede Imaginária – TV e Democracia (org. por Adauto Novaes, Companhia das Letras, São Paulo, 1991), Mídia & Violência Urbana (Faperj, Rio de Janeiro, 1994)”. (Também transcrito de seu perfil).

http://pedroporfirio.blogspot.com/2009/07/pior-ditadura-e-ditadura-de-democracia.html

http://argemiroferreira.wordpress.com/2009/07/11/a-diplomacia-sinuosa-dos-eua-em-honduras/

domingo, 12 de julho de 2009

Recordações de um cachimbeiro

Sinto saudades do tempo em que andava pelo centro do Rio e topava com tabacarias em profusão. Tinham aquelas pequenas, lojinhas nas entradas de prédios, que desapareceram por completo e as grandes, das quais sobraram poucas.
A maioria dos tabacos estrangeiros eram contrabandeados. A gente chegava na loja, principalmente as pequenas e só via fumos nacionais. De repente, o vendedor segredava ao pé de seu ouvido – olhando atentamente para os lados – que tinha outras marcas. Aí era uma festa de tabacos que a gente não encontra mais nem no mercado formal, que hoje está liberado para importações.
Das grandes, sobram a famosa “Africana”, que segundo o cartão, está no mesmo endereço da Praça XV, desde 1846 (1). Muito Conde, Barão e coisa e tal compraram cachimbos e charutos por ali. Tem a do subsolo do Edifício Avenida Central, que tem pelo menos uns oito anos. E aquela da rua Buenos Aires, esquina com o Mercado das Flores – na qual atualmente compro tabacos –, mas até hoje por desatenção não sei o nome.
Surgiu uma no “Camelódromo” mas desapareceram a da Galeria dos Empregados do Comércio, que era muito grande, outra que existia em uma galeria na rua Gonçalves Dias (2), a da rua Marechal Floriano, a antiquissima da rua do Ouvidor, na qual eu comprei o primeiro cachimbo novo quando voltei ao hábito em 1982 (cerca de dois anos depois cerrou suas portas) e a do Café Palheta na Praça Saens Pena. Na cidade desapareceram mais de 10, em Copacabana, foram mais de cinco; que eu me lembre. Fora as tais portinhas, que destes sim, eu sinto muita falta. Sempre tinha um vendedor misterioso (3), oferecendo alguma novidade sueca, holandesa, inglesa ou dinamarquesa.
Sinal dos tempos. Tempos deste anti-tabagismo doentio. Tempos em que o cachimbo caiu de moda e ficou restrito ao “nicho” dos velhos que nem eu. No entanto as lojas especializadas ficam mesmo repletas é de provadores de charutos, estes sim mais em voga.

(1) A Africana é a tabacaria mais antiga do Brasil.
(2) Esta da galeria tinha uma vantagem: os donos eram fumantes de cachimbo, então conversavam e indicavam tabacos. Foi lá que eu fui apresentado ao “Balkan Sobraine”, com certeza o melhor fumo que saboreei.
(3) Uma delas funcionava numa transversal entre a Álvaro Alvim e a Senador Dantas e ficava ao lado de uma barbearia. E o vendedor era muito engraçado.

sábado, 11 de julho de 2009

Hoje é dia de luto

A direita brasileira (apoiada pela ditadura militar) estimulou e apoiou abertamente o surgimento da Jovem Guarda, em período em que a Música Popular Brasileira (MPB) assumia perigosa e abertamente um caminho de protesto.
A expressão Jovem Guarda designou programa da TV Record, de São Paulo, estreado em 1965 e que ficou no ar até 1969.
O seu objetivo era a alienação cultural em massa da juventude através de sonhos pequeno-burgueses de “carrões”, “pulseirões” e “anelões. É importante lembrar que o conceito de alienação refere-se a uma condição objetiva, historicamente situada, fruto do processo da divisão social do trabalho sob o capitalismo.
Hoje no Maracanã, Roberto Carlos começa uma série de shows para comemorar os 50 anos (1) como pioneiro da destruição cultural da música brasileira, que culminou nesta triste realidade que vemos hoje composta de duplas sertanejas e outras mediocridades.
Eu estou de luto. Mas acredito que quem tenha consciência de nossa manca condição cultural, também deve estar.

(1) 50 anos porque antes de surgir a Jovem Guarda, em 1959, Roberto Carlos lançou “João e Maria/Fora do Tom”, o seu primeiro compacto simples.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mais um capítulo da farsa...

“É muito difícil acreditar que Washington não tivesse conhecimento prévio do que estava prestes a acontecer em Honduras, um país extremamente dependente da ajuda norte-americana e cujo exército conta com armas, treinamento e aconselhamento dos EUA. As relações militares entre os dois países começaram na década de 1980, quando Honduras servia de base para a guerra do presidente Reagan contra a Nicarágua. Se a ‘história recorrente’ se repetirá ou não depende muito das reações vindas dos Estados Unidos.”
O trecho acima não foi escrito por algum de nós, americanos conscientes que se opõem à política do império do norte, mas simplesmente por um estadunidense, o conhecido professor Noam Chomsky, e não num tablóide qualquer, mas no New York Times.
O que eu quero demonstrar com isto é que o que mudou entre Bush e Obama foi a retórica e não a ação.
Tenho insistido nas teses do “partido único” e na “ditadura da burguesia”, porque é uma forma de mostrar que a diferença entre o poder que havia na URSS e o que há até hoje nos EUA teem muito mais em comum do que pensa a nossa vã filosofia.
O golpe de Lênin abriu portas em muito pouco tempo à tomada do poder por Stalin. Este, por seu turno facilitou à implantação de um capitalismo de Estado em um país que não somente não tinha condições históricas, como também sociais para estartar uma revolução que abrisse caminhos para o socialismo. Os bolchevistas erraram feio. A consequência foi o retrocesso às mudanças sociais no mundo que hoje sofremos. Mas ficou provado também que “socialismo em um só país” é inviável. Por isto admiro tanto o pensamento e a ação de Leon Trotsky e sua Oposição de Esquerda.
Mas, a continuar o que falávamos, as “semelhanças” estão aí tão clara e evidentes, porém disfarçadas pela grande ilusão do voto.
Quem disse que quando se vota em alguém, esta-se votando nele e não na Nestlé, na Vale ou em qualquer grande grupo econômico ligado ao tráfico de drogas, armas ou prostituição internacional?
O voto, este “voto” que conhecemos é a grande ilusão (por que não dizer enganação) da chamada “democracia” no mundo ocidental-cristão. Não tão evidente no Brasil – este país atrasado que ainda pertence ao terceiro mundo – mas claríssima nos Estados Unidos. A classe política mais corrupta do planeta também é a classe política mais astuta que existe. Por uma razão muito simples: se pegarem, blaú. Quer dizer: “... corta a cabeça deste ‘burro idiota’ que não sabe roubar e fazer a coisa bem feita”. Os “burros idiotas” lá, pagam pelas suas burras idiotices.
Por isto existe também um Barack Obama e “Davids Copperfields” do seu naipe. Os Estados Unidos montaram o golpe em Honduras, mas o que é Honduras para Barack admitir que foi parte de tamanha covardia e se queimar por tão pouco?! Não, ele quer combater inimigos que representem perigo para os Estados Unidos a olhos vistos, para garantir a sua “popularidade” e permanência no poder. Por isso reforça as tropas no Afeganistão (promessa de campanha eleitoral), ou se opõe à política nuclear no Irã. Mas e Israel? Também está a defender da boca pra fora que vai apoiar um afrouxamento na política de seus grandes aliados numa região em que os EUA enganam muito pouca gente.
Em resumo a farsa Obama vai continuar, mas como dizia aquele presidente “republicano” do seu país: “... mas não se pode enganar a todos, todo o tempo”.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cheeegaaa!

Gente, é uma postagem relâmpago, uma queixa mesmo, mas eu não aguento mais ouvir falar em Michael Jackson. Ligo a TV para ver um noticiário e lá vem o (ex) afro-american que fez de tudo para virar branco. E se ouço rádio, paro nas bancas, idem, ibidem!
Seguinte: morreu, enterra, crema; façam o que quiserem com o diabo do corpo, mas não encham o saco de quem até admirava parte de sua obra (1), mas detestava todo o resto.
Começou bem, era um menino “engraçadim”. Depois, virou um monstro, uma figura sem definição nem forma de classificar. e como agravante, um pedófilo.
O resto é o marketing pessoal post mortem, a morbidez e as características de uma imprensa à procura de furos e sensacionalismo!

(1) Thriller que é considerada sua obra máxima é algo de fato espetacular, mas Jackson tinha outros video clips e músicas que são parte da memória e da história do Rock.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Decadência em exposição

Tenho publicado mais de uma vez neste blogue matérias sobre o abandono dos cinemas do Rio de Janeiro. A primeira foi sobre o Vitória, em 22 de janeiro deste ano na postagem “Um triste espetáculo” na qual falei do deplorável estado desta sala de exibições. Na última 2ª feira (06/07) fui ao centro da cidade e lembrei de levar a máquina para tirar algumas fotos da ex-sala de espetáculos.
Quando cheguei em casa e as transferi para o computador, lembrei-me de enviar para o meu primo André Setaro (1), um dos maiores conhecedores da sétima arte neste país, crítico de cinema, além de professor da matéria na UFBA (Universidade Federal da Bahia).
Ele publicou um artigo intitulado “Imagens da desolação” que recomendo a leitura.
Prometi que vou fotografar outros cinemas abandonados no Rio, para que ele faça uma série sobre o assunto.

(1) A matéria publicado pelo professor Setaro está no link ao lado, mas basta clicar abaixo para abri-lo de imediato:

Lágrimas de crocodilo de Obama sobre Honduras

Parcialmente transcrito da revista Brasil Atual (1), este artigo, originalmente “Golpe em Honduras revela fracasso dos EUA na América Central” é assinado por: João Peres. Por concordar com seu posicionamento, pois a chamada grande imprensa é uma mídia vendida aos interesses da classes dominantes e do império do norte, achei importante que seja divulgado.

“O golpe de Estado contra Manuel Zelaya em Honduras tem como pano de fundo a política dos Estados Unidos para a América Central. Nildo Ouriques, professor do Departamento de Economia e presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da Universidade Federal de Santa Catarina, avalia que os fatos evidenciam o fracasso estadunidense (2) em implementar na região a mesma política. Zelaya, eleito em 2005, foi detido por um grupo de militares horas antes do início de uma consulta pública sobre mudanças na Constituição. Depois disso, foi mandado para a Nicarágua, onde foi recebido pelo presidente daquele país, Daniel Ortega, pelo venezuelano Hugo Chávez e pelo equatoriano Rafael Correa...
... O professor lembra que, nos últimos anos, foram instaladas as chamadas “maquiladoras”, indústrias que fazem apenas montagem de produtos e que, do local, utilizam apenas a mão-de-obra. Esse fator levou ao empobrecimento da população de países já enfraquecidos política e economicamente
Somou-se a isso a crise internacional que, ao fechar vagas para os imigrantes nas nações ricas, abalou a segunda fonte de divisas hondurenha: a remessa de dinheiro. “Zelaya, que não é marxista nem comunista, é um sujeito liberal, gradualmente vai tomando posições no sentido de rever a posição que tinha tradicionalmente. Quando ele observa pragmaticamente que a política dos Estados Unidos e das classes dominantes locais não serve, ele dá um segundo passo, que é a necessidade de rever o padrão de democracia liberal, quer dizer, uma democracia representativa. Zelaya decide consultar o povo nas questões estratégicas”, afirma.
É quando, na opinião de Ouriques, o presidente torna-se um “herege” para os Estados Unidos e para a elite de Honduras. O professor acredita que Barack Obama derrubou “lágrimas de crocodilo” (3)...
... Os países da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), bloco econômico e político integrado por Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, entre outros, retiraram seus embaixadores de Honduras ...
... O presidente do IELA destaca que cabe ao povo hondurenho mostrar que quer não só a volta de Zelaya, mas o poder de ser ouvido na decisão de pontos fundamentais para o país.
Ainda que um golpe de Estado não ocorresse em Honduras desde 1980, o país vive um bipartidarismo entre duas siglas relativamente próximas no espectro político. Os partidos menores, no geral de centro-esquerda, vinham encontrando crescimento nas províncias mais esquecidas por Partido Liberal de Honduras (PLH, de Zelaya) e Partido Nacional de Honduras (PNH, de Roberto Micheletti, presidente empossado depois do golpe).
Na década de 1980, o embaixador dos Estados Unidos no país foi John Negroponte, que participou da formação das forças militares na região. Negroponte criou e treinou exércitos com base na Escola das Américas, que seguia exatamente o receituário do Serviço de Inteligência estadunidense (CIA, em inglês). Durante o governo George W. Bush, o embaixador foi designado para o Iraque, onde se concentrou a atuação militar dos Estados Unidos nos últimos anos.”

(1) http://www.redebrasilatual.com.br/
(2) A publicação ganhou a minha simpatia por chamar os ianques de estadunidenses. Creio que todo cidadão americano (nascido em qualquer país deste continente) deve fazer um esforço para corrigir este erro abusivo de classificar estadunidenses de “americanos”. E nós, o que somos afinal? Asiáticos ou africanos?
(3) O grifo é meu...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

É de partir o coração

Enviei na semana passada para o meu primo André Setaro um e-mail “desabafo” logo em seguida à situação que publico a seguir. O texto era muito parecido com este, embora tenha feito algumas modificações, posto que o original foi escrito no auge da emoção.

Estava eu sentado num boteco (gosto mais de botecos do que de “barzinhos”), aqui pertinho de casa, a beber uma Black Princess (1). Conhecem? Uma excelente cerveja escura (não doce como a Malzebier, que eu não gosto) quando de repente surge uma garotinha do meu lado que devia ter, no máximo uns 16 aninhos, mas já de face marcada por rugas.
Aproximou-se de mim e cochichou ao pé do ouvido: "Tio... quer fazer um programinha com uma novinha?". Eu gelei... Já li tanto sobre prostituiçao infantil, mas, até por não circular à noite sozinho, mas sempre acompanhado de minha companheira ao lado, nunca me havia acontecido isto, que, aliás foi a plena luz do dia. Eu lhe respondi que não. Ela pediu uma Real. Eu neguei. Perguntei se queria um pão que eu lhe daria, mas ela desconversou e foi para a mesa ao lado.
Confesso que, aos 64 anos de vida, estou chocado até agora... Este é o mundo em que vivemos. O mundo em que o capitalismo o transformou. Ainda pensei c'os meus botões: “deve ter muito ‘coroa’ que topa este tipo de coisa!”
Já havia lido muito sobre isto, mas nunca fui personagem de uma história dessas. Triste... Muito triste o ponto a que chegamos!

(1) Esta cerveja eu conheci no tempo das famosas “barrigudas”, produtos mais baratos e populares que tinham este nome devido ao design de suas garrafas. A marca deixou de ser fabricada durante algum tempo. Mas agora uma cervejaria de Petrópolis a relançou.

domingo, 5 de julho de 2009

Pensatas dominicais

Neste domingo estou contando dois fatos que aconteceram. Um engraçado e o outro triste. Prefiro começar pelo mais leve.

Coisas da medicina!
Outro dia fui ao hospital acompanhando meu pai para ele marcar uma operação de catarata. Estávamos sentados a esperar aquela burocracia toda, pois costumo dizer que o sistema estadunidense de saúde, inadequadamente importado para um país pobre como o nosso, implantando na verdade um INSS pago a peso de ouro. Para passar o tempo na longa espera, comecei a ler as especialidades da clínica de olhos afixada na parede.
Esbarrei numa e comecei a rir sozinho. Ao ser perguntado por meu pai sobre o motivo da risada, expliquei que se tratava do nome de um exame (Topografia Corneana). Obviamente ligado ao tratamento da córnea, mas que na hora me ocorreu um caso engraçado de um sujeito que começou a sentir fortes dores na testa. Procurou um médico que ao examinar o paciente resolveu fazer este exame.
Ao fim de algum tempo, o doutor olha firme para o cliente e lhe diz com o resultado computadorizado na mão: “Infelizmente meu amigo, você é um corno mesmo! Os seus chifres já estão crescendo.”

Coisas de franceses!
Transcrevo a seguir a nota lida na sexta-feira (03/07) no jornal O Estado de São Paulo: “O primeiro relatório sobre a tragédia com o voo 447 da Air France sobraram críticas ao que foi classificado como “demora” do controle de voo do Brasil em perceber o desaparecimento do avião - o que teria provocado um atraso de “uma ou duas horas” nas operações de busca. Segundo o Escritório de Investigações e Análises sobre a Aviação Civil (BEA) (1), controladores de voo do Brasil não teriam transferido o voo 447 para as autoridades senegaleses, responsáveis pelo monitoramento do trajeto a partir do ponto virtual Tasil, no Oceano Atlântico.
Os brasileiros teriam feito apenas a primeira etapa do protocolo, a coordenação, que consiste em passar dados sobre o plano de voo e dizer que a aeronave se aproximava da área controlada pelo Senegal. O A330 da companhia francesa, que estava programado para fazer a rota Rio de Janeiro-Paris, caiu no dia 31 de maio no Oceano Atlântico, matando todas as 228 pessoas a bordo.” (sic)
Será que eles achavam que iam salvar alguém se tivessem sido avisados “uma ou duas horas antes”? Ou que o avião desintegrou-se no ar por culpa das autoridades brasileiras?
Mas franceses são assim mesmo. É cultural! Primeiro tiram o corpo fora de suas responsabilidades. Neste caso, a joça de avião (2) que eles fabricam em Toulose.
Segundo, em tudo eles teem que ser melhores do que os outros. Se algum país tem uma personalidade importante em algum campo, eles logo tentam lançar um “clone”. Um exemplo? Com a intenção de destronar Sigmund Freud, “inventaram” Jacques Lacan. Grandes merdas! Lacan, no máximo é considerado um seguidor do primeiro.

(1) Bureau d'Enquêtes et d'Analyses pour la Sécurité de l'Aviation Civile.
(2) Os piores vôos que fiz foram nesses aviões. Hoje eu costumo dizer que não tenho medo de avião, tenho medo é de Airbus...

sábado, 4 de julho de 2009

A crise do capitalismo em curso

Parece que virei um divulgador de cursos. Por coincidência, ao procurar outras coisas na web, descobri este, cujos tema e programa me interessam demais, e, creio a muito dos leitores deste blogue. Por isso o transcrevo abaixo:

As inscrições devem ser feitas até 11 de julho. O curso terá duração de 20 horas e início em 13 de julho

PROGRAMAÇÃO

O referencial teórico marxista para compreender a Crise
13 de julho às 18:30h
Marcelo Carcanholo (UFF)
Mauro Iasi (UFRJ)

As Crises do Capitalismo
21 de julho às 18:30h
Leda Paulani (USP)
Paulo Passarinho (CORECON/RJ)

A Crise e os Trabalhadores
29 de julho às 18:30h
Márcio Pochmann (IPEA)
Ruy Moreira (UFF)

Estado, poder e mídia na Crise do Capitalismo
06 de agosto às 18:30h
Vito Gianotti (NPC)
José Arbex Jr. (PUC- SP)

Reflexões sobre as saídas para a crise
11 de agosto às 18:30h
João Pedro Stedile (MST)
Virgínia Fontes (UFF)

HORÁRIO: 18:30h às 21:30h.
LOCAL: CORECON/RJ
Avenida Rio Branco, 109, 19º. andar - Centro
INSCRIÇÕES: até 11 de julho . Vagas limitadas.
VALOR: R$ 150,00 – pagamento em 4x no Cheque ou Cartão de Crédito (Mastercard ou Visa).
Cada inscrito receberá uma assinatura ou renovação anual do Jornal Brasil de Fato.

CONTATOS:
• Correio eletrônico: cursobrasildefatorj@gmail.com
• Telefone: (21) 2240.8496 – Isabella

CERTIFICADO: 20 horas de atividade para os participantes.

PROMOÇÃO:
ENFF – Escola Nacional Florestan Fernandes
NPC – Núcleo Piratininga de Comunicação
CORECON / RJ – Conselho Regional de Economia

Apoio:
BRASIL DE FATO
EXPRESSÃO POPULAR

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Politicagem à moda antiga

Nossa “politiquinha” está cada vez mais nojenta. Dá vontade de vomitar. Imaginem que o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante, subiu à tribuna do plenário para defender nada mais nada menos do que o canalha do Sarney, e, claro, por questões táticas, a aliança com o PMDB.
Sinicamente o senador do PT continuou seu discurso afirmando que a bancada não propôs renúncia do peemedebista (o que é uma vergonha), e explicou que foi proposta a licença temporária como melhor solução para assegurar um clima político que permitisse avançar nas mudanças no Senado. Só rindo!
Enquanto isso o senador Eduardo Suplicy, este sim, um político sério e digno (1), apesar de estar no Partido dos Tapeadores (2), reafirmou o pedido para que Sarney se afaste do cargo até o fim das investigações sobre as denúncias que envolvem um escandalo com o seu neto e os misteriosos “atos secretos”. Mas quem disse que a “sarna” que assola o país desde os tempos da ditadura quer abrir mão do poder?
Já o sr. da Silva iniciou uma operação de enquadramento do PT após a maioria esmagadora do partido ao se aliar à oposição, pedir o afastamento de Sarney.
Mais uma vez o presidente míope não sabe o que se está a passar na sala ao lado!
É bom ele saber que um dia a casa cai!

(1) Sério e digno como Pedro Simon, que defendeu na quinta-feira passada (25) que Sarney, renunciasse imediatamente do cargo ao dizer: “Se afaste”. Simon afirmou em seu discurso em plenário que o presidente do Senado não pode ficar no cargo para responder às denúncias que envolvem sua família, como o mordomo que seria contratado pela filha, Roseana Sarney, ou os negócios do neto.
(2) O Partido dos Trabalhadores, que foi fundado pela CIA, e deveria chamar-se o Partido dos Tapeadores porque diz ser uma coisa que não é. Por isso mesmo que Barack Obama elogiou o presidente brasileiro como “o cara”. Isto foi com o intuito (claríssmo) de desprestigiar Hugo Chavez, hoje o líder por uma “América para nós, americanos” e não uma “América para eles, os estadunidenses”. Chavez sim é o cara. Mr. da Silva está sempre em cima do muro e no fundo alia-se ao império ianque nas suas intenções de manter o continente como o seu feudo. Tenha o seu dirigente a cor que tenha...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Uma imagem que reflete a realidade

Alunos do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Barão de Mauá, Anderson Teixeira, Mateus Silveira, Ronaldo Viana e Sérgio Salas conquistaram, o primeiro lugar, na categoria estudantil, do Concurso Estadual de peças publicitárias realizado pela empresa Central de Outdoor em São Paulo, no dia 25 de outubro.
Eu tenho a grata satisfação de reproduzir esta brilhante peça publicitária, reflexo do que precisa ser feito para tornar o Legislativo sério e livre das “sarnas” que o infestam.

O golpe em Honduras e a hipocrisia ianque

Ontem (30/06) a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou, o golpe militar em Honduras e exigiu a volta imediata de presidente deposto, Manuel Zelaya, ao poder. O organismo internacional adotou uma resolução por aclamação, segundo a qual todos os 192 membros da ONU não reconhecem qualquer outro governo em Honduras.
A comunidade internacional já vinha a manifestar seu apoio ao presidente Zelaya, e rechaçado sua destituição. A OEA divulgara nota em que exigia o seu “imediato, seguro e incondicional retorno ao cargo”, declarando que não reconhecerá “nenhum governo que surja desta ruptura institucional”.
Os governos da Bolívia, Paraguai e os países pertencentes à “Alternativa Bolivariana para as Américas”, Venezuela, Equador, Nicarágua e Cuba, também manifestaram o seu desagravo ao golpe de Estado. Participaram de uma reunião em Manágua o presidente venezuelano Hugo Chávez, Felipe Calderón, do México, o boliviano Evo Morales, e o equatoriano Rafael Correa e Daniel Ortega que ameaçaram a retirada de seus embaixadores de Honduras. Coisa que o governo (em cima do muro) de Mr. da Silva já afirmou que não faria, muito embora tenha publicado um protesto.
Até mesmo o governo ianque, acusado de patrocinar o golpe e demorar a apoiar Zelaya, acabaram obrigados a condenar a ação golpista naquele país. No entanto a posição de Obama & Cia. (1) é hipócrita e fruto da pressão internacional. Manuel Zelaya é um político (que apesar de empresário), tem assumido posições esquerdistas, e cultivado laços estreitos com líderes americanos como Raul Castro e Hugo Chavez (2), fator que muito incomoda os imperialistas.
Na 2ª feira (29/06), choques entre manifestantes favoráveis ao retorno do presidente deposto atacados por militares e policias deixaram centenas de feridos em Tegucigalpa e se estenderam a várias cidades do país como San Pedro Sula, a segunda maior, El Progresso e outras.
O Ministro da Presidência do governo de Manuel Zelaya, Enrique Flores, confirmou que o presidente regressará ao país na próxima quinta-feira (amanhã) para restabelecer a paz alterada pelo golpe militar.

(1) Como é hipócrita a postura de Barack Obama (um “afro-american” de alma branca) que a pouco e pouco não consegue esconder suas posições belicosas quanto aos interesses do império ao redor do mundo (3). As sutis diferenças em relação a Bush estão apenas nas controvérsias entre as duas correntes do partido único da burguesia dos Estados Unidos. Uma de centro-direita (os democratas) e a outra dominada pelos ”falcões”e fundamentalista (os republicanos).
(2) Hugo Chavez é hoje a maior liderança neste continente na luta contra os Estados Unidos em suas pretensões de manter toda a América como o quintal de seus interesses mais espúrios. Por isso, Chavez sofre uma campanha de difamação (e tentativa de ridicularização), por parte da mídia corrompida, somente comparadas às que sofreram Fidel e Brizola.
(3) Vide o aumento de tropas no Afeganistão (promessa de campanha). Quanto à retirada gradual de soldados no Iraque foi uma decisão tomada no governo de seu antecessor.